segunda-feira, 13 de julho de 2015

[Resenha] A verdade sobre nós - Amanda Grace

Skoob
Título: A verdade sobre nós.

Título original: The truth about you e me.

Autora: Amanda Grace.

Editora: Intrínseca.

Nº de páginas: 208.

Sinopse: Madelyn Hawkins está cansada. Cansada de ser sempre perfeita. Cansada de tirar A em tudo. Cansada de seguir à risca os planos que os pais fizeram para ela. Madelyn Hawkins está cansada de ser algo que não é, algo que não quer ser. E então ela conhece Bennet Cartwright. Inteligente, sensível, engraçado. A seu lado, ela se sente livre e independente. Uma história que poderia muito bem ter um final feliz, não fosse por um detalhe: Maddie tem apenas 16 anos, e Bennet, além de ter 25 anos, é seu professor. Pressionada pelos pais a participar de um programa para jovens talentos, Maddie pula dois anos do Ensino Médio e vai direto para a faculdade, onde conhece e se apaixona pelo professor de biologia. O sentimento é recíproco, e para dar uma chance àquele novo relacionamento que lhe faz tão bem, ela decide não contar para Bennet sua idade. Não demora muito para que as coisas comecem a dar errado, e as consequências da farsa de Maddie ganham contornos devastadores quando a verdade vem à tona.

Nota Pessoal:

Dois personagens separados por dez anos. Dois personagens separados pelas condições de professor e aluna. Dois personagens que tinham tudo para viverem uma linda – e devastadora – estória de amor. Madelyn e Bennet. Bennet e Madelyn. Ela tem 16 anos. Ele, 25. Duas pessoas que tiveram suas vidas modificadas pela atração proibida que sentiam um pelo outro.

Amanda Grace se propôs a contar uma boa estória. Quando li a sinopse desse livro a única coisa que consegui pensar foi “esse livro vai ser realmente intenso”, mas não pude deixar de me sentir um pouco frustrado quando virei a última página. Talvez minha frustração se deva ao fato de que criei muita expectativa, especulei demais, achei que por se tratar de uma paixão proibida a atração entre os dois personagens seria mais crível e palpável.

Não é bem assim que as coisas acontecem. Ou não é exatamente que as coisas acontecem. A atração de Madelyn por Bennet é insubstancial – tão insubstancial a ponto de ser obsessiva – mas o que realmente incomoda é de como essa atração é negligenciada por Bennet. Ele é um personagem pouco consistente e pelo livro ser narrado através de cartas escritas por Madelyn, pouco se sabe como é o Bennet de verdade. Você pode me perguntar: mas se ela se sente tão atraída pelo cara como pode dizer que ele é pouco consistente? Ele deve ser tipo “o cara”. É nesse ponto que quero chegar. Pela obsessão que Madelyn tem por ele, o mínimo que se espera é que o personagem tenha uma personalidade forte e seja “tudo isso”, porém ele não é – pelo menos não a ponto de justificar o modo como a Madelyn se sente com relação a ele.

domingo, 17 de maio de 2015

[Resenha] Dois garotos se beijando - David Levithan

Skoob
Título: Dois garotos se beijando.
Título original: Two boys kissing.
Autor: David Levithan.
Editora: Galera Record.
Nº de páginas: 224.

Sinopse: Dois Garotos se Beijando - Baseado em fatos reais e em parte narrado por uma geração que morreu em decorrência da Aids, o livro segue os passos de Harry e Craig, dois jovens de 17 anos que estão prestes a participar de um desafio: 32 horas se beijando para figurar no Livro dos Recordes. Enquanto tentam cumprir sua meta — e quebrar alguns tabus —, os dois chamam a atenção de outros jovens que também precisam lidar com questões universais como amor, identidade e a sensação de pertencer.

Nota Pessoal:
Dois garotos se beijando é muito mais do que dois garotos, é muito mais do que um beijo, é muito mais do que um beijo que une dois garotos e dita uma história. David Levithan não apenas imprime uma história magistral e significativa, como escancara as várias realidades de adolescentes gays que se veem confrontados pelas inúmeras convencionalidades sociais. O autor não se propõe somente a escrever uma boa história - mesmo fazendo isso de maneira ímpar - mas uma boa história que permaneça com o leitor mesmo muito tempo depois da última página virada.
Vários são os bons adjetivos que eu poderia usar para definir esse livro, mas seriam deliberadamente insuficientes. Dois garotos se beijando é para ser lido, contemplado, observado. É para servir de inspiração, alerta e principalmente, para ser sentido.
Levithan nos conduz às histórias de sete adolescentes gays, em diferentes situações e unidos pelo título do livro. Embora os dois garotos se beijando darem nome a obra e "unir" os sete personagens principais, não é sobre isso que o livro trata. Ou pelo menos, não é a parte mais significativa. Os pormenores de cada história, de cada personagem, de cada situação, é o que realmente importa.
Não posso negar que foram eles, os pormeores, que me fizeram chegar à última página com um sorriso e várias lágrimas. O propósito principal de Craig e Harry é realmente o que parece mover a narrativa, mas são esses dois, junto com Cooper, Avery, Ryan, Peter, Neil e Tariq, que justificam a grandiosidade da obra. Seria difícil traçar o perfil de cada um desses personagens aqui, mas o que vocês devem saber é que eles são adolescentes, vivem situações complicadas - sejam pelo relacionamento com a família, com os amigos, sociedade, etc - e vivem como adolescentes vivem (ou a maioria): intensamente.
Os personagens são bastante característicos. É uma coisa que eu percebi em todos os romances do Levithan que li (este é o quarto). O autor transparece seu conhecimento do universo jovem (dúvidas, medos, inseguranças, alegrias, desejos) nos seus personagens de maneira singular e única. É simplesmente IMPOSSÍVEL não gostar dos oito personagens que protagonizam as ações de Dois garotos se beijando.
Quanto à narrativa, acho que estou trilhando um caminho que me deixa sob suspeita. Sim, eu assumo o quanto a prosa do Levithan é incrível - imagine algo bem incrível! - e o quanto eu gosto da maneira como ele remexe as palavras e cria um texto delicioso. No caso de Dois garotos se beijando eu tenho mais uma coisa para falar. Pra mim é aqui onde o Levithn alcançou o ápice de sua narrativa - e estou dizendo isso com a esperança de me retratar na minha próxima leitura do autor. Ele mistura prosa com poesia, criando uma linha bastante tênue entre uma coisa e outra.
Outra característica narrativa é que o livro não é dividido em capítulos, mas numa sucessão de parágrafos, o que pode parecer cansativo. Acredite, não é.
O narrador - ou melhor dizendo, narradores - são seres onipresentes e esta é a maior particularidade da obra. Numa voz autêntica, temos a história narrada por um grupo de homossexuais que antecederam a geração do livro e morreram em decorrência da aids. É brilhante. A ideia do Levithan de enxergar a história por essa perspectiva é simplesmente genial.
O que eu poderia dizer agora, para finalizar essa resenha de maneira tão singela quanto o Levithan terminou  livro? Talvez eu não saiba. Mas se tem uma coisa que eu sei é que Dois garotos se beijando merece mais do que apenas ser lido.
É sobre beijos. E sobe garotos que se beijam. Mas não apenas. É sobre a vida. E sobre como a vida merece ser vivida, vista e contemplada. Dois garotos se beijando é a personificação de um grito pela liberdade de apenas ser livre.
Boa Leitura!
P.S.: eu só preciso dizer que eu acho essa capa incível!

segunda-feira, 20 de abril de 2015

#DarkSidePublicaOLuiz - Os Mascarados que mobilizaram as redes sociais

Oi!
Pois bem. O post de hoje vai ser meio diferente. Nada de resenhas, nada de lançamentos, nada de entrevistas. Não. O post de hoje é bem especial para mim e para uma galera muito legal que realizou no último dia 17 uma campanha para um autor nacional chamado Luiz Henrique Mazzaron. Isso mesmo; se você passou por algum blog ou rede social e encontrou #DarkSidePublicaOLuiz, já deve conhecer a campanha; se ainda não, pode conhecer agora.

Imagem: Ana Luiza Ferreira

Luiz Henrique Mazzaron é um autor nacional de fantasia e terror, com o livro publicado “Máscara – A vida não é um jogo” e vários leitores que não se contentam com o fato dele não ter o reconhecimento que merece. Como sou um desses leitores, não pude deixar de entrar na mobilização. Fui procurado para participar da campanha e não poderia ter dito não. O que eu pensei foi: o Luiz merece ser publicado pela Dark Side. Ele merece que mais pessoas o leiam. Ele merece o reconhecimento pela maravilha de obra que é Máscara.

Então, entrei na onda, coloquei a máscara e venho fazer esse post; a campanha foi linda e o autor ficou maravilhado com tudo o que viu. Agradeceu, deixou mensagem e até fez promessas (será que vem novidade?). Só que, principalmente, o objetivo foi alcançado: a Dark Side viu e curtiu a campanha!

Agora, o que resta é esperar para ver se vai surtir efeito (todo mundo cruzando os dedinhos). Ou melhor, esqueça isso de cruzar os dedos e solte bem os dedos na #DarkSidePublicaOLuiz

Isso mesmo. Se você é fã do autor, vai lá no facebook, twitter, site da Dark, qualquer lugar, e dá uma força. Se você não é, mas tem vontade de conhecer a obra, ajuda também. E se você só quiser dar uma força a nossa literatura nacional, será mais do que bem-vindo.

Então, só pra terminar em grande estilo: #DARKSIDEPUBLICAOLUIZ

P.S.: você pode ler a resenha que fiz do livro bem aqui


segunda-feira, 6 de abril de 2015

[Resenha] Ligeiramente Casados - Mary Balogh

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Título: Ligeiramente Casados.
Título original: Slightly Married.
Autora: Mary Balogh.
Editora: Arqueiro.
Nº de páginas: 288.
Sinopse: Ligeiramente Casados - À beira da morte, o capitão Percival Morris fez um último pedido a seu oficial superior: que ele levasse a notícia de seu falecimento a sua irmã e que a protegesse "Custe o que custar!". Quando o honrado coronel lorde Aidan Bedwyn chega ao Solar Ringwood para cumprir sua promessa, encontra uma propriedade próspera, administrada por Eve, uma jovem generosa e independente que não quer a proteção de homem nenhum.
Porém Aidan descobre que, por causa da morte prematura do irmão, Eve perderá sua fortuna e será despejada, junto com todas as pessoas que dependem dela... a menos que cumpra uma condição deixada no testamento do pai: casar-se antes do primeiro aniversário da morte dele o que acontecerá em quatro dias.
Fiel à sua promessa, o lorde propõe um casamento de conveniência para que a jovem mantenha sua herança. Após a cerimônia, ela poderá voltar para sua vida no campo e ele, para sua carreira militar.

Só que o duque de Bewcastle, irmão mais velho do coronel, descobre que Aidan se casou e exige que a nova Bedwyn seja devidamente apresentada à rainha. Então os poucos dias em que ficariam juntos se transformam em semanas, até que eles começam a imaginar como seria não estarem apenas ligeiramente casados...

Nota Pessoal:

“- Uma coisa sobre os Bedwyns – falou Aidan – é que não amam facilmente, mas quando amam é com muita intensidade.” Pág.: 201

Ligeiramente Casados é tudo aquilo que se pode esperar de um romance de época. Se você ainda não conhece os traços marcantes destes livros, basta imaginar um casal complicado, vivendo sob o véu de conveniências do século XIX (ou dos séculos anteriores a esse) e que certamente irá ter um final feliz. Decerto que não sou um grande conhecedor desses livros em questão – Ligeiramente Casados é o quinto livro que leio – mas as cinco tramas que li parecem seguir basicamente este roteiro.

Isso é ruim? Não. Mas não é previsível? Certamente. Porém, a previsibilidade neste caso não deve ser encarada como um obstáculo para a leitura, porque mesmo que tudo se encaminhe para um lindo e encantador final feliz etc. e tal, a graça desses romances são os pormenores que dão um toque divertido e bastante peculiar à história.

No caso de Ligeiramente Casados, a autora soube fazer isso muito bem. Para começar, preciso dizer que o livro é cheio de paradoxos. Ao mesmo tempo que temos uma história descontraída, divertida e com uma protagonista extremamente cativante, temos conflitos causados pelas conveniências da cartilha do ‘politicamente correto’ da época, além de acompanharmos um drama que a Mary Balogh não nos despejou apenas por acaso. Talvez esse tenha sido um ponto marcante no livro. Mary Balogh incutiu uma carga de dramaticidade na sua trama, mas sem sobrecarregar o livro. O drama de Ligeiramente Casados apesar de se mostrar bastante complexo, é intercalo com passagens divertidas que acabam balanceando a história.

Não irei falar resumidamente da história, como costumo fazer na maioria das minhas resenhas, porque eu acho que a sinopse já conta tudo que precisa ser contado e não me arriscarei a soltar algum spoiler. Mas voltando...

Sobre os personagens. Eve, a protagonista, é uma personagem com com traços bastante característicos. Esqueçam e ingênua mocinha pois certamente a Eve não faz esse tipo. Foi uma personagem que me surpreende, tanto pela sua força quando pelo seu amor e dedicação ao próximo. Ela é muito independente – e quando eu digo muito, pode caprichar no muito – e não está disposta a casar só para seguir o que a sociedade diz que é isso que ela deve fazer. Sim, o nome do livro é Ligeiramente Casados e certamente deve ter algum casamento no meio. Pura conveniência. E a Eve não casa com o Aidan pela conveniência da sociedade, mas somente pelo medo de não ter um lar sobre a cabeça de sua família – se fosse somente por ela, adeus, bye, ela não casaria.

E como já comecei a falar sobre o Aidan... Aidan Bedwyn. Não gostei do personagem. Não a princípio, pelo menos. Ele faz o tipo “eu mando em tudo isso e acabou” – e apesar de ficarmos sabendo os motivos dele, não me agradou. Fez parte da história e foi de fundamental importância para que o livro se desenrolasse.

Na verdade, o fato de se mostrarem completamente independentes é o único traço que Eve e Ainda compartilham. Eles são personagem completamente diferentes. Mary Balogh gastou muitas páginas para apresentar essas divergências de personalidade dos personagens ao leitor e isso foi um pouco maçante, mas nada que comprometa a obra como um todo.

Ao contrário da minha empatia pelos Bridgertons – dos romances da Julia Quinn – não fiquei tão empolgado com a família Bedwyn. Não sei o que aconteceu, mas eles simplesmente não são os Bridgertons – sim, vocês que já leram, podem me julgar.

Quero continuar lendo a série. Não pelos personagens – cada livro será com um dos membros da família Bedwyn – mas pela própria escrita da Mary e por ter gostado dessa primeira história. Aliás, o próximo livro será o do Rannulf e a sinopse me pareceu mais interessante do que esse. Logo logo tem resenha aqui!

Boa Leitura!