Título: Ligeiramente
Casados.
Título original: Slightly Married.
Autora: Mary
Balogh.
Editora: Arqueiro.
Nº de páginas: 288.
Sinopse: Ligeiramente
Casados - À beira da morte, o capitão Percival Morris fez um último pedido a
seu oficial superior: que ele levasse a notícia de seu falecimento a sua irmã e
que a protegesse "Custe o que custar!". Quando o honrado coronel
lorde Aidan Bedwyn chega ao Solar Ringwood para cumprir sua promessa, encontra
uma propriedade próspera, administrada por Eve, uma jovem generosa e
independente que não quer a proteção de homem nenhum.
Porém Aidan descobre que, por causa da morte prematura do irmão, Eve
perderá sua fortuna e será despejada, junto com todas as pessoas que dependem
dela... a menos que cumpra uma condição deixada no testamento do pai: casar-se
antes do primeiro aniversário da morte dele o que acontecerá em quatro dias.
Fiel à sua promessa, o lorde propõe um casamento de conveniência para
que a jovem mantenha sua herança. Após a cerimônia, ela poderá voltar para sua
vida no campo e ele, para sua carreira militar.
Só que o duque de Bewcastle, irmão mais velho do coronel, descobre que
Aidan se casou e exige que a nova Bedwyn seja devidamente apresentada à rainha.
Então os poucos dias em que ficariam juntos se transformam em semanas, até que
eles começam a imaginar como seria não estarem apenas ligeiramente casados...
Nota
Pessoal:
“- Uma coisa sobre os Bedwyns – falou Aidan – é que não amam
facilmente, mas quando amam é com muita intensidade.” Pág.: 201
Ligeiramente
Casados é tudo aquilo que se pode esperar de um
romance de época. Se você ainda não conhece os traços marcantes destes livros,
basta imaginar um casal complicado, vivendo sob o véu de conveniências do
século XIX (ou dos séculos anteriores a esse) e que certamente irá ter um final
feliz. Decerto que não sou um grande conhecedor desses livros em questão –
Ligeiramente Casados é o quinto livro que leio – mas as cinco tramas que li
parecem seguir basicamente este roteiro.
Isso é ruim? Não. Mas não é previsível? Certamente. Porém, a previsibilidade
neste caso não deve ser encarada como um obstáculo para a leitura, porque mesmo
que tudo se encaminhe para um lindo e encantador final feliz etc. e tal, a
graça desses romances são os pormenores que dão um toque divertido e bastante
peculiar à história.
No caso de Ligeiramente Casados, a autora soube fazer isso muito bem.
Para começar, preciso dizer que o livro é cheio de paradoxos. Ao mesmo tempo
que temos uma história descontraída, divertida e com uma protagonista
extremamente cativante, temos conflitos causados pelas conveniências da
cartilha do ‘politicamente correto’ da época, além de acompanharmos um drama
que a Mary Balogh não nos despejou apenas por acaso. Talvez esse tenha sido um
ponto marcante no livro. Mary Balogh incutiu uma carga de dramaticidade na sua
trama, mas sem sobrecarregar o livro. O drama de Ligeiramente Casados apesar de
se mostrar bastante complexo, é intercalo com passagens divertidas que acabam
balanceando a história.
Não irei falar resumidamente da história, como costumo fazer na maioria
das minhas resenhas, porque eu acho que a sinopse já conta tudo que precisa ser
contado e não me arriscarei a soltar algum spoiler. Mas voltando...
Sobre os personagens.
Eve, a protagonista, é uma personagem com com traços
bastante característicos. Esqueçam e ingênua mocinha pois certamente a Eve não
faz esse tipo. Foi uma personagem que me surpreende, tanto pela sua força
quando pelo seu amor e dedicação ao próximo. Ela é muito independente – e quando
eu digo muito, pode caprichar no muito – e não está disposta a casar só para
seguir o que a sociedade diz que é isso que ela deve fazer. Sim, o nome do
livro é Ligeiramente Casados e certamente deve ter algum casamento no meio. Pura
conveniência. E a Eve não casa com o Aidan pela conveniência da sociedade, mas
somente pelo medo de não ter um lar sobre a cabeça de sua família – se fosse
somente por ela, adeus, bye, ela não casaria.
E como já comecei a falar sobre o Aidan... Aidan Bedwyn. Não gostei do
personagem. Não a princípio, pelo menos. Ele faz o tipo “eu mando em tudo isso
e acabou” – e apesar de ficarmos sabendo os motivos dele, não me agradou. Fez
parte da história e foi de fundamental importância para que o livro se
desenrolasse.
Na verdade, o fato de se mostrarem completamente independentes é o único
traço que Eve e Ainda compartilham. Eles são personagem completamente diferentes.
Mary Balogh gastou muitas páginas para apresentar essas divergências de
personalidade dos personagens ao leitor e isso foi um pouco maçante, mas nada
que comprometa a obra como um todo.
Ao contrário da minha empatia pelos Bridgertons – dos romances da Julia
Quinn – não fiquei tão empolgado com a família Bedwyn. Não sei o que aconteceu,
mas eles simplesmente não são os Bridgertons – sim, vocês que já leram,
podem me julgar.
Quero continuar lendo a série. Não pelos personagens – cada livro será
com um dos membros da família Bedwyn – mas pela própria escrita da Mary e por
ter gostado dessa primeira história. Aliás, o próximo livro será o do Rannulf e
a sinopse me pareceu mais interessante do que esse. Logo logo tem resenha aqui!
Boa Leitura!