quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

[Resenha] Mago: Aprendiz - Raymond E. Feist - #ASagaDoMago01

Título: Mago: Aprendiz.
Título original: Magician: apprentice.
Autor: Raymond E. Feist.
Editora: Saída de Emergência.
Nº de páginas: 432.
Sinopse: Na fronteira do Reino das Ilhas existe uma vila tranquila chamada Crydee. É lá que vive Pug, um órfão franzino que sonha ser um guerreiro destemido ao serviço do rei. Mas a vida dá voltas e Pug acaba se tornando aprendiz do misterioso mago Kulgan. Nesse dia, o destino de dois mundos altera-se para sempre. Com sua coragem, Pug conquista um lugar na corte e no coração de uma princesa, mas subitamente a paz do reino é desfeita por misteriosos inimigos que devastam cidade após cidade. Ele, então, é arrastado para o conflito e, sem saber, inicia uma odisseia pelo desconhecido: terá de dominar os poderes inimagináveis de uma nova e estranha forma de magia… ou morrer. Mago é uma aventura sem igual, uma viagem por reinos distantes e ilhas misteriosas, onde conhecemos culturas exóticas, aprendemos a amar e descobrimos o verdadeiro valor da amizade. E, no fim, tudo será decidido na derradeira batalha entre as forças da Ordem e do Caos.

 Nota Pessoal:


Não há como negar que Mago Aprendiz é uma obra-prima; seja pela sua narrativa com ares épicos, pelos seus personagens que ao longo de todo o enredo caracterizam-se por apresentarem-se como heróis cativantes ou até mesmo pelo universo criado pelo autor – que não foge da característica inerente que as obras de fantasia épica parecem ter.

O livro me cativou desde o início e não era nada daquilo que parecia ser. Eu esperava que a história tivesse suas bases em um garoto que se tornaria aprendiz de um Mago, e que a partir dessa premissa o autor desenvolveria uma saga que acompanharia os passos do aprendizado, da magia que rodearia todo o resto.

Errado. Não que isso não aconteça, o garoto Pug é escolhido para se tornar aprendiz do velho mago Kulgan, mas definitivamente não foi essa a proposta principal – ao menos não desse primeiro volume. Foi algo importante, mas não da forma como o título possa sugerir.

Mas vamos lá... Vamos ver como tudo isso começa.

O mundo é Midkemia, a vila é Crydee. O garoto Pug é órfão e vive como empregado do rei; seu melhor amigo, Tomas, também é sevo e seus pais veem em Pug um filho, e ele vê nos pais do melhor amigo seus próprios pais.
O destino dos garotos estaria prestes a mudar ao aproximar-se o dia da Escolha, onde os chefes de cada setor de Crydee escolheriam os jovens para tornarem-se aprendizes. O sonho de Pug e Tomas é serem guerreiros do rei e para isso eles teriam que ser escolhidos por Fannon, o Mestre de Armas. Qual a surpresa, que Tomas é escolhido por Fannon, e Pug acaba não sendo escolhido por nenhum dos membros.
Porém, num último instante o mago Kulgan resolve arriscar no garoto. Por quê? Porque num passado não tão distante, num dia de tempestade, Pug passou uma noite na casa do mago no meio da floresta e Kulgan percebeu nele um talento para os estudos da magia.

E é então, que após cada um dos garotos começarem seus estudos, Pug agora tendo um quarto só para ele na torre do mago, que algo promete abalar as estruturas da pequena vila de Crydee, assim como de toda Midkemia.

Os Tsurani são um povo esquisito que parece vir de um mundo muito mais poderoso. Os povos estranhos obrigam que os moradores de Crydee se vejam sem saída. Uma possível guerra está prestes a se firmar, mas isso é apenas uma previsão.

Agora com uma posição mais elevada em Crydee, posição esta conquistada após salvar a princesa de trolls – usando uma magia que ele próprio desconhecia-, Pug parte com Tomas, Kulgan, o Rei e mais alguns membros reais de Crydee em busca de ajuda por parte das outras partes do reino.
Uma aventura incrível que envolverá muito mais que coragem; passagem por caminhos tortuosos... Anões, Elfos, Dragões e muitos outros seres os ajudarão nessa jornada. Mas será que tudo parece ser o que realmente é?! Será que o reino estaria realmente disposto a combater esses seres poderosos e misteriosos vindos de outro mundo?

O livro traz uma história densa e que merece ser lida detalhadamente por toda sua complexidade e grandiosidade. O autor parece ter tudo arquitetado dando ao leitor a impressão de que tudo aconteceu da forma como tinha de ser. O começo ‘parado’ que pode fazer alguns arrastarem-se na leitura nada mais é que uma bela e necessária introdução para os acontecimentos subsequentes.

A odisseia de Pug vai muito além de uma boa jornada épica e fantasiosa. O mundo criado além de cativante é de uma complexidade que renderia histórias e mais histórias. Para mim, o ponto chave, que faz do livro tão clássico e positivamente criticado, é sem dúvidas seus personagens fortes, heroicos e tão ardilosamente cativantes. Raymond E. Feist é daqueles autores que sabem criar personagens dos mais diversos, o que acaba aumentado ainda mais as proporções que o enredo por si só já carrega.

Pug é um herói nato, que a princípio não parece ser muita coisa, mas mostra porque Kulgan apostou nele. O garoto não somente é dedicado e humilde (característica vinda da sua criação), ele é inteligente, espirituoso, engraçado (sim!) e tem um coração puro. A amizade e as longas conversas compartilhadas com Tomas caracterizam uma amizade que dá uma beleza particular à história.

O livro, que começa sem muita ação, parece deixar para o final a verdadeira sequência que me fez virar as páginas freneticamente. O príncipe Arutha ganha notoriedade ao mostrar-se um ‘guerreiro do povo’, saindo do posto e arregaçando as mangas – literalmente. Enquanto os que partiram (a galera de Pug) travam sua própria batalha longe de Crydee, junto com anões, elfos e outros guerreiros, contra os Tsurani, a vila foi atacada e por vezes temos a narrativa onde o herói é Arutha e porque não dizer a princesa Carline (que definitivamente quer distância dos vestidos pomposos e fazer parte da guerra).

E quando falamos em Fantasia Épica nos vêm à mente o nome J. R. R. Tolkien, certo?! Não só por sua obra abrir as portas para esse estilo, mas porque o próprio mundo criado pelo autor é de uma complexidade que firma os parâmetros da boa fantasia e deixa um legado para os autores que se arriscam nesse gênero.
E quando se lê uma obra como Mago Aprendiz é impossível não ver na história aspectos que caracterizam fundamentalmente a obra de Tolkien (O Senhor dos Anéis e afins). Ainda não li uma obra do Tolkien, mas pelos filmes dá para perceber essa semelhança.

Raymond E. Feist não inovou neste sentido. Embora sua obra seja digna de cinco estrelas, ele usou os já consagrados seres (elfos, anões, dragões, etc... etc...) num história que se diferencia basicamente pela estrutura e pela trama central. E particularmente, eu não tive problemas com isso, ao contrário, acho que ele fez isso muito bem e deixou uma grandiosa história que é um marco na fantasia épica. 

E a batalha ainda não terminou. O livro acaba em uma parte que te deixará louco para saber como tudo aquilo terminará (li por aí que embora a série tenha 25 volumes *Pasmem*, a história dessa batalha se encerra em Mago Mestre, próximo voluma da série.

Uma obra que narra uma história de coragem, amor, amizades, guerras... Tudo isso com proporções épicas que me deixou ansioso por saber que ainda tem muita história para ser contada.

Boa Leitura!

P.S.: Sim, o segundo livro já foi lançado e em breve tem resenha dele por aqui.

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5 comentários:

  1. Oi Ronaldo :)

    25 VOLUMES?? WHAT?

    Confesso, que fiquei curioso a respeito do livro mas não é uma leitura que estou considerando obrigatória no momento. Abraços!

    http://euvivolendo.blogspot.com.br/

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  2. Estava indo tudo tão bem Ronaldo. Quando você falou 25 volumes falou, bateu um desânimo na pessoa... risos. A história parece ser boa; fiquei tentado a ler depois disso, já que não conhecia nada acerca dela. Ótima resenha.

    De Frente com os Livros

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  3. PS - Pesquisei direitinho e agora entendi Ronaldo. São histórias diferentes, compostas por trilogias. Esse "Mago Aprendiz" foi dividido em dois, daí para fechar a saga tem esse e mais três livros. Abraços!

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  4. levei um susto com os 25 volumes hahaha
    Quero muito ler a trilogia, sua resenha me deixou com mais vontade ainda! Nunca vi LOTR e estou lendo o primeiro livro agora, a escrita de Tolkien é meio lenta, mas é boa. Bom saber também que esses livros se parecem com os deles, que são tão aclamados.

    beijos
    Bia - Livro do dia

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  5. Assustei quando você disse 25 volumes!
    Gostei da resenha e bateu uma curiosidade de ler agora!
    Estou seguindo o blog!
    http://cantinhos2livros.blogspot.com.br/

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