Bem, antes de qualquer resenha acho que devo algumas explicações. É,
andei meio ‘sumido’. Mas a verdade é que realmente eu estava total e
completamente sem tempo de atualizar o blog. A faculdade estava consumindo todo
o meu tempo, mas tcharãn: o período está acabando, então agora eu voltei. Com
tudo! \õ Bora lá colocar em ordem as resenhas atrasadas.
Título: Fim.
Autora: Fernanda
Torres.
Editora: Companhia
das Letras.
Nº de páginas: 208.
Sinopse: O público brasileiro acostumou-se a ver Fernanda
Torres no cinema, no teatro ou na televisão. Com 'Fim', seu primeiro romance,
ela consolida sua transição para o universo das letras. O livro focaliza a
história de um grupo de cinco amigos cariocas. Eles rememoram as passagens
marcantes de suas vidas - festas, casamentos, separações, manias, inibições,
arrependimentos. Álvaro vive sozinho, passa o tempo de médico em médico e não
suporta a ex-mulher. Sílvio é um junkie que não larga os excessos de droga e sexo
nem na velhice. Ribeiro é um rato de praia atlético que ganhou sobrevida sexual
com o Viagra. Neto é o careta da turma, marido fiel até os últimos dias. E
Ciro, o Don Juan invejado por todos - mas o primeiro a morrer, abatido por um
câncer. São figuras muito diferentes, mas que partilham não apenas o fato de
estar no extremo da vida, como também a limitação de horizontes. Sucesso na
carreira, realização pessoal e serenidade estão fora de questão - ninguém
parece ser capaz de colher, no fim das contas, mais do que um inventário de
frustrações. Ao redor deles pairam mulheres neuróticas, amargas, sedutoras,
desencanadas, descartadas, conformadas. Paira também um padre em crise com a
própria vocação e um séquito de tipos cariocas. Há graça, sexo, sol e praia nas
páginas de 'Fim'. Mas elas também são cheias de resignação e cobertas por uma
tinta de melancolia.
Nota
Pessoal:
Surpreendente, ensolarado e cheio de sexo sem vulgaridades, Fim é aquele tipo de livro que te levará
de um extremo a outro e te mostrará que nem no fim, às vezes, somos capazes de
enxergar aquilo que se havia deixado passar como mera casualidade. Um romance
tipicamente entupido de trivialidades atemporais – pois talvez nos acometa
pensar que é no fim que encontramos o sentido do começo – e cariocas ‘boa
pinta’, Fernanda Torres delineou perfis de personagens tão controversos quanto
o título me parece carregado de uma ironia entendível para quem se faz leitor
da obra: nem de longe é um livro sobre ‘fins’; é mais sobre começos e meios, e
sobre ‘viva la vida’.
São cinco amigos; aparentes cinco histórias que narradas ora pelos
próprios, ora por um observador que se faz espectador do espetáculo desastroso
que parece ser a vida de Álvaro, Sílvio, Ribeiro, Neto e Ciro, compõem o
cenário caloroso de um Rio de Janeiro dos anos 60/70 até a Cidade Maravilhosa
dos dias de hoje – cheia de carnaval, calor, praia e típicas ‘carioquices’.
O mais curioso é a personalidade autoral e autêntica que a autora parece
dar a cada um dos amigos. Eles ‘literalmente’ têm voz e são peculiarmente
diferentes. São amigos que parecem compartilhar poucas coisas em comum, mas que
tentam e se dão bem como podem.
O enredo como mencionei dois parágrafos acima, divide técnicas
narrativas de ora colocar seus personagens como narradores – estes narrando
acontecimentos presentes, no leito da ‘velhice’ que já lhes acometeu – ora se
utilizar de uma narração em terceira pessoa, retomando – como flashbacks – as algazarras dos amigos: a
curtição de um carnaval dos anos 60, umas idas a praia, umas loucuras sobre
conquistar mulheres.
Calor, mulheres, homens, amizades, sexo, virilidade: estes
são alguns poucos elementos que fazem de Fim
um melodrama reflexivo e engraçado.
Adoro a Fernanda e poderia inventar mil desculpas para explicar porque
eu passei esse livro na frente de todos os outros; mas não, não foi apenas por
admirar o trabalho da autora como atriz que eu comprei e li; acho que foi o
conjunto da obra que me despertou a curiosidade: a sinopse sugestiva, os
comentários positivos e até o modo como as ‘barracas de praia’ se distribuem
por toda a sua capa. O livro me saiu melhor que encomenda: eu ri pelas
idiotices, me senti solidário pelos dramas, refleti sobre coisas que nem havia
considerado possíveis e no Fim
percebi que a beleza de tudo está mesmo em se deixar levar pela vida, não se
prendendo a uma explicação lógica pra tudo, mas também não se deixando enganar
pelas articulosas armações do destino; no
Fim a efemeridade vital de esta ou aquela coisa se mostrará como peça
diferenciada de um quebra-cabeça complexo; o quebra-cabeça, caro leitor, é a
vida.
É uma obra pequena no tamanho, mas grandiosa em ‘voz narrativa’. Com Fim, Fernanda Torres carimbou seu nome
no cenário da literatura nacional com um livro que é um misto de melancolia,
ironia, vida, morte e mais um bocadinho de coisas que não apenas me
surpreenderam, mas me provaram que o talento da Fernanda não se resume a
atuação.
Eu adorei!
Boa Leitura!
Que legal, fiquei curiosa rs!
ResponderExcluirTambém deixo dica de livros no meu blog, se interessar dê uma passadinha por lá!
http://pollyannacp.blogspot.com.br/
beijão
Estou lendo e posso dizer que o livro é ótimo, a Fernanda se mostrou tão talentosa na escrita quanto na atuação. Sou fã!
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