Skoob |
Título original: Silverthorn.
Autor: Raymond
E. Feist.
Editora: Saída
de Emergência.
Nº de páginas: 416.
Sinopse: Durante
quase um ano, a paz reinou nas terras encantadas de Midkemia. Porém, novos
desafios aguardam Arutha, o Príncipe de Krondor, quando Jimmy, a Mão - o mais
jovem larápio do Zombadores, a Guilda dos Ladrões - surpreende um sinistro
Falcão Noturno prestes a assassiná-lo. Que poder maléfico fez com que os mortos
se levantassem para combater em nome da Guilda da Morte? E que magia poderosa
poderá derrotá-los? Mas primeiro o Príncipe Arutha, na companhia de um
mercenário, um bardo e um jovem ladrão, terá que fazer a viagem mais perigosa
da sua vida, em busca de um antídoto para o veneno que está prestes a matar a
bela Princesa no dia do seu próprio casamento.
Nota Pessoal:
Terceiro livro d’a saga do mago, Espinho
de Prata consegue ser tão
magistral quanto os dois que o antecedem – Mago Aprendiz e Mago Mestre. Com uma
nova história, Raymond desfocou personagens antigos, colocou como principais outros
já conhecidos pelos leitores da série e inseriu alguns tão bons quanto os que
já a significavam – porque não basta ter apenas uma boa trama;
personagens são importantes. Antes que você desista de ler esse livro ou esta
resenha, fique avisado que pode seguir em frente sem medo de ser feliz – ou melhor,
sem medo de não ter lido os dois livros anteriores – porque apesar de contar
com personagens antigos, esse terceiro livro começa um novo ciclo em Midkemia.
Calma, eu vou explicar! É que essa série conta um número gigantesco de livros,
mas não é como se fosse uma única história. São vários livros divididos em
ciclos – Mago Aprendiz inicia um ciclo que é concluído em Mago Mestre. Ou seja,
Espinho de Prata já é outro ciclo que se encerrará no próximo volume, As Trevas
de Sethanon. Explicado! Agora você já pode continuar a ler a resenha.
Midkemia está vivendo um período de paz. Depois de uma terrível guerra
contra seres de outro mundo, o Reino passa por uma época onde a tranquilidade
parece fazer morada nas casas e ruas. Porém, essa calmaria está prestes a ruir.
Um plano que ultrapassa as barreiras da Magia conhecida em Midkemia está sendo
construído. Um mal desconhecido pelos mais poderosos magos do Reino se levanta.
No centro de tudo isso está Arutha. O Príncipe do Reino ganha o fardo de
protagonizar essa nova aventura de Midkemia. É ele que, prestes a casar com a
Princesa Anita, vê sua amada sendo atacada no altar por um misterioso veneno –
o Espinho de Prata. Só que o problema de tudo isso é que a princesa é
envenenada por engano. Ao cair num sono profundo e mortífero, sono este destinado
a Arutha, sua vida se transforma numa corrida contra o tempo.
É Arutha, que ao lado de Jimmy – um jovem e reconhecido ladrão já
conhecido por quem leu os livros anteriores – de Laurie, Martin e outros
guerreiros que encontra pelo caminho, partirá pelos caminhos sombrios em busca
de um antídoto para o veneno que está prestes a matar a Princesa.
Só que nada é tão simples quanto pareceu a princípio. É nesta jornada
que se faz conhecer o poder maléfico que está por trás desse atentado ao
Príncipe. Uma antiga profecia clama a morte do Príncipe para que o mal se erga.
E como tal entidade é tão desconhecida quanto se poderia, até entre os mais
poderosos magos do Reino – incluindo Pug, também já velho conhecido, o
mais poderoso mago de Midkemia – nada se pode fazer para detê-lo. Os
combatentes do mal não podem ser feridos por armas humanas, e se o forem voltam
a vida sem motivo aparente.
Num lapso de perspicácia, Pug descobre que para entender aquele mal é
preciso busca-lo em sua origem. E qual é a sua origem? O mundo de Kelewan – o que,
anos atrás, travou uma grande guerra com Midkemia. É nesse território que Pug
descobrirá não apenas a origem do mal que ameaça seu mundo de origem, mas fatos
que comprometem, mais do que nunca, o destino dos dois mundos.
Raymond E. Feist superou todas as minhas expectativas nesse livro. É
fato que ele já figurava entre as minhas melhores leituras, mas com Mago Espinho de Prata conseguiu a proeza de escrever algo melhor e mais grandioso do que o
primeiro ciclo. Sinceramente? Não esperava que fosse conseguir. Para mim, os
dois volumes anteriores eram insuperáveis – principalmente o segundo -, mas não
foi o que aconteceu. Grande parte da minha falta de expectativas tão altas para
esse livro é que o foco não está nos personagens que figuram como principal nos
livros anteriores. Nosso velho companheiro Pug não é o centro das atenções e a
responsabilidade da vez recaí sobre Arutha, personagem que eu já considerava
bom, mas duvidava de sua capacidade de ter uma história tendo ele como o grande líder.
Ledo engano. Arutha ganhou minha simpatia e respeito logo nas primeiras
páginas. Ele não é nenhum herói poderoso; pelo contrário, é um guerreiro forte,
humano e desprovido da habitual magia que cercava o nosso antigo protagonista.
Por isso fiquei surpreso com o rumo dado pelo Raymond à história. Ela ganha
ares mais humanos sem perder a antiga magia – que continua forte e tão
importante.
Jimmy é outro personagem que surpreende. Quem o olha - ou o lê – não imagina
o quanto ele será definidor no rumo dessa aventura. O que lhe falta na idade,
lhe sobra na grandeza de amizade, lealdade e esperteza.
Dos cenários nada pode ser mais surpreendente. Raymond conduz o leitor
pelos mais incríveis e encantadores que vão desde as simples ruas das cidades
do Reino até o Reino dos Elfos – este último um deleite para a imaginação dos
leitores. A narrativa do autor acontece quase que como por magia: os cenários
são tão nítidos que eu tive que me esforçar para deixá-los quando precisava
parar de ler.
Porém, todo esse meu encanto pela obra veio acompanhado de uma pequena
decepção. A obra é incrível, mas faltou o autor desapegar dos personagens.
Explicando melhor: faltou ele temperar as incríveis batalhas com mortes de
personagens 'do bem'. Não me entendam mal, mas fica meio difícil presencial
batalhas tão grandiosas e só ver mortes aos montes do lado mau. Claro que o
exército de Arutha perde vários homens, mas nenhum que se faça conhecer pelos
leitores. As mortes do ‘lado do bem’ são sempre aleatórias ou sem importância.
Talvez o autor tenha resguardado seus personagens para feri-los mais letalmente
no próximo volume, mas, concordemos que as perdas são mais críveis quando
vindas de ambos os lados.
Agora sim, querem uma dica do próximo destino? Embarquem rumo a Midkemia
e vivam essa aventura. Garanto que valerá a pena.
Boa Leitura!
Olá,
ResponderExcluirEu sempre leio algo sobre esse livro, mas ele nunca me interessa de fato, afinal esse não é muito meu estilo de leitura. Mas gostei da resenha.
Beijos.
Memórias de Leitura - memorias-de-leitura.blogspot.com
Li os dois primeiros e depois dessa resenha, fico mais ansioso para ler o terceiro (que, já encomendei no Submarino). Realmente, me surpreendeu, sou fã de Tolkien, e me deleitei lendo os primeiros...
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