Último dia de 2013. O
dia que antecede um ano novinho em folha para talvez corrigir os erros,
melhorar os defeitos e buscar ser melhor – e o clichê de: não adianta o ano
mudar se você não muda. E um ano novinho em folha que nos trará (tenho certeza
disto) novas histórias... Novas páginas para serem desvendadas – e olha que nem
vou citar o fato de eu não ter lido um livro sequer da minha meta de clássicos
para 2013 (decepção me resume). Mas que venha 2014 para isso.
E como sempre, é também
um dia para fazer uma retrospectiva literária. Fazer um ‘balanço’ dos melhores
livros este ano. E eu posso afirmar que foi a minha retrospectiva literária
mais difícil de fazer. Parando para pensar direitinho, 2013 foi um ano de
grandes leituras. De leituras que aos pouquinhos foram me transformando. Que
mexeram comigo de uma forma especial... Que me fizeram acreditar no poder que um
livro aberto e lido tem.
Nem preciso avisar que
eles não estão em ordem de favoritismo. Se já foi difícil escolher só dez, mais
difícil seria coloca-los em uma ordem de mais gostei/menos gostei.
Então está aí: as minhas
dez melhores leituras do ano. (E não foram só elas, que isso fique bem claro,
mas tantas outras que por questões matemáticas não caberiam nesse ‘Top 10’).
Extraordinário
– R. J. Palacio.
Um verdadeiro presente;
é assim que encaro a história magnífica do garoto Auggie e de sua família,
criada por R. J. Palacio. Singelo e de uma profundidade quase inexplicável, o
título do livro já diz tudo que o leitor pode esperar do mesmo. E ele não
decepciona em nenhum sentido. O enredo comovente e excessivamente carregado de
sentimentalismo nos ajuda – mesmo que para alguns, minimamente – a olhar o mundo
com ‘olhos humanos’. Como bem disse a Rapha do Equalize da Leitura: acho que
todos temos que ler algo desse tipo na vida. Resenha aqui.
O
Oceano no Fim do Caminho – Neil Gaiman.
Eu sempre ouvia
comentários que colocavam o Neil Gaiman acima de qualquer expectativa. Tudo que
lia sobre o autor e suas obras era tão tentador que quando, num dia que fui à
livraria em busca de um livro que me despertasse a curiosidade, O Oceano no Fim do Caminho estava lá. E
comprei com todas as expetativas do mundo.
E não é que eu pude
comprovar que tudo que tinha lido sobre o autor parecia pequeno quando se tem
em mãos uma obra como esta?! O Oceano no
Fim do Caminho é um livro nostálgico e particularmente assombroso. Muitas
foram às sensações que me invadiram ao longo da leitura e confirmaram minhas
suspeitas de que o autor sabe conduzir o leitor por entre páginas de uma
história que ficará para sempre na memória dos que apreciaram verdadeiramente a
trajetória desse garoto sem nome, rumo ao desconhecido. Resenha aqui,
Cidades
de Papel – John Green.
É; esse livro é do
mesmo cara que escreveu ‘A Culpa é das Estrelas’, mas esqueça isso. Eu mesmo me
poupo de qualquer comparação (parece que eu preciso ficar repetindo isso para
que eu realmente acredite). Pois é, Cidades de Papel é realmente um livro
divertidamente incrível.
Sabe quando você lê um
livro e quando acaba pensa: Uau! Essa história é muito legal?! Foi exatamente
assim que fiquei quando terminei Cidades
de Papel. É fato que o John Green tem um humor ácido e sabe criar
personagens tão inteligentes que te levam da perplexidade às lágrimas em
questão de parágrafos. E com este livro não foi diferente. A aventura de Q e
Margo (mais especificamente de Q e seus amigos em busca da Margo) traduz
sentimentos adolescentes de uma forma que eu encontrei em poucos livros até
agora. O que eu diria para você que tem vontade de ler o livro?! Não crie
expectativas, apenas leia e sinta o que o Green quis passar. Resenha aqui.
Um
Porto Seguro – Nicholas Sparks.
Parece clichê encontrar
um livro do Sparks na minha lista de favoritos, né?! Não nego: sou fã desse
cara que escreve histórias de amor dramáticas, que levam muitos às lágrimas, e
outros a torcerem o nariz. Nicholas Sparks nunca sairá da minha lista de
autores favoritos.
E como leitor fiel que
sou não poderia deixar de incluí-lo numa lista de livros favoritos. Um Porto Seguro configura uma das
melhores obras, já escritas pelo autor. Pautados assuntos que vão além do que
uma boa e clássica história de amor deve ter, Sparks incutiu a violência
doméstica como pano de fundo de uma narrativa ágil e ao mesmo tempo doce.
Katie e Alex formam um
dos meus casais Sparks favoritos e suas superações pessoais, além da própria
trama principal, estavam acima de todas as minhas expectativas depositadas no
livro. Porque, pasmem, eu realmente não esperava tanto desta história (muito
embora isso seja uma mentira deslavada, já que eu sempre espero muito de um
livro do autor). Mas não tanto; o livro é surpreendente de todas as maneiras.
De todas as maneiras boas! Porém, como dizem por aí, eu sou suspeito para falar
do Sparks.
Ah, e a resenha do
livro é a mais lida do blog. Tirem suas próprias conclusões! Haha’
Will & Will – John Green
e David Levithan.
Falar de Will & Will é mais complicado do
que parece. Embora eu o tenha lido especialmente por ser escrito, também pelo
Green, o livro é uma verdadeira obra prima, que sério, deveria ser lida por
todas as pessoas que ainda relutam em compreender e aceitar que o amor é
imutável (I-M-U-T-Á-V-E-L) em qualquer relação.
Pode ser paranoia
minha, mas pra mim essa é a maior lição que este livro pode nos oferecer:
mostrar que o amor é o amor e ponto. Se ele for verdadeiro ele vai ser sempre
igual independente do tipo de relacionamento – inclusive entre dois homens ou
duas mulheres. Gente, é incrível como John Green e David Levithan sabem fazer
isso com maestria. Claro que ele se molda, mas é igualzinho quando olhamos para
sua essência.
Mas falando assim
parece que o livro é só isso. Engana-se quem pensa assim. Ele vai muito,
muito!, além disso. Ele mescla sentimentos adolescentes com uma narrativa que
agradará leitores... adolescentes. Não só, mas especificamente. Medos, frustrações
e relacionamentos adolescentes, juntos num livro que se tornou muito mais que favorito.
Resenha aqui.
‘Belle’
‘Entre o Amor e a Paixão’ – Lesley Pearse.
Ah, como é bom falar da
minha heroína Belle (não leia ‘minha’ como pronome pessoal). A saga de Belle,
contada em dois livros (‘Belle’ e ‘Entre o Amor e a Paixão’) revelou-me uma
autora que se tornou uma das minhas favoritas. A história de amor, sofrimento,
amizade e companheirismo ficará em minha memória para sempre.
Ao iniciar a leitura de
Belle nunca pensei que a história
fosse da grandiosidade que ela mostrou-se ser. A menina ingênua que foi
traficada e obrigada a tornar-se prostituta para sobreviver revela-se através
de uma narrativa cruel e devastadora. E então veio a continuação – Entre o Amor e a Paixão – para continuar
uma história que parecia no volume anterior, ter um ponto final. Lesley mais uma vez mostrou desenvoltura ao
criar um enredo ainda mais dramático que o anterior. E fez isso de forma crível
e maestral.
Livros que trazem a
história de uma mulher de nome Belle, que superou inúmeros desafios em busca de
uma felicidade utópica. Que disse ‘sim’ a um destino cruel sem esquecer de que
todos podem encontrar um final feliz depois de tudo. Nunca vou cansar de dizer
que Belle é a minha (olha o pronome pessoal aqui de novo) heroína.
Resenha Belle. Resenha Entre o Amor e a Paixão.
A
Lista Negra – Jennifer Brown.
A primeira coisa que
penso quando vou recomendar A Lista
Negra para alguém é: eu preciso
conseguir expressar através das minhas palavras o que a Jennifer conseguiu
expressar no seu livro. E esta é uma tarefa complicadíssima levando-se em
consideração que tudo que ela escreveu é de uma singularidade quase palpável.
É um livro aterrador
(usando o adjetivo de uma forma positiva, se é que ele pode ser usado dessa
forma) e humanamente cruel. É aquele livro que eu pediria para todas as pessoas
lerem, sem exceção. Em uma narrativa ‘crua’, a autora desvenda as mazelas da
vida de uma garota transtornada, que vê toda a sua vida desmoronar de uma hora
para outra quando seu namorado, aquele que ela mais confiava no mundo, atira em
várias pessoas dentro do seu colégio.
E toda a saga da garota
em busca de aceitação... de explicações para sua vida agora acabada. Jennifer
Brown não nos poupa dos piores e melhores sentimentos humanos. Ela os expressa
de uma forma ímpar, nos fazendo acreditar no pior e no melhor que as pessoas
podem oferecer umas as outras. Fico feliz que um livro desse tipo tenha sido
escrito; mais ainda por eu ter tido a oportunidade de lê-lo. Podem existir
inúmeros outros que tragam no enredo a mesma proposta, mas sinceramente não
acredita que irá ser como este. Resenha aqui.
‘Legend’
‘Prodigy’ – Marie Lu.
Depois dos meus
queridinhos da trilogia Jogos Vorazes, esta história da Marie Lu é minha
distopia favorita. Eu nem vou fazer comparações, porque embora ambas as
histórias se enquadrem num mesmo ‘gênero’ são completamente diferentes –
tirando os elementos principais que quase toda distopia parece ter.
Foi-me recomendado
(muito bem recomendado!) e eu resolvi que não custaria nada ler mais um dos
muitos livros de um meus gêneros favoritos. E eu digo com toda a certeza que a
trilogia Legend foi uma das melhores coisas que já me aconteceram.
Cheia de ação e
ambientado num futuro controlado por uma elite opressora, a história de June e
Day, e de todos os outros, compõe uma trilogia que agradará os mais críticos
leitores de distopias. Sem perder o ritmo frenético, Marie Lu criou personagens
cativantes e inesquecíveis. Criou personagens humanos e trouxe para o leitor um
enredo rico muito mais que agradável e uma história difícil de esquecer.
Laços
Inseparáveis – Emily Giffin.
Aiai, Emily Giffin.
Como você conseguiu me fazer amá-la tanto depois desta história?! Se eu já te
admirava, depois de Laços Inseparáveis
eu consegui entender o porquê você é tão incrível. É porque você entende os
sentimentos humanos de uma forma particular... E também os descreve de uma
forma própria.
Esta história, a
princípio acanhada, ganha proporções que eu jamais imaginei e escancara
sentimentos perdidos na memória de uma coisa chamada tempo. E mostra, como
muitas que eu já li, mas de uma forma diferente, que seres humanos erram feio e
que nem num ‘mundo imaginado’ tudo é tão perfeito assim. Ou talvez seja, mas
não em Laços Inseparáveis. Não nesta
história que me ganhou e me fez refletir sobre o quanto uma atitude hoje pode
refletir amanhã, ou depois.
Um livro que mostra
erros e acertos. Que nos ensina que todo relacionamento – este em questão entre
mãe e filha – pode ser reconstruído. Que o amor é um dos bens mais preciosos, e
mesmo que pareça desgastado, não pode ser posto de lado. Foi uma das leituras
mais emocionantes e tocantes que eu já fiz. Resenha aqui.
Perdão, Leonard Peacock – Matthew
Quick.
Eu não li ‘O lado bom
da vida’ – grande sucesso do autor por aqui – mas, posso garantir que Matthew é
um autor dos bons. Dos bons não, dos ótimos! Perdão, Leonard Peacock é tudo que eu esperava e um pouco mais. A
verdade é que eu meio que já sabia que o livro seria tão incrível quanto foi.
Com uma narrativa
despojada e desprovida de uma cronologia enquadrada, Matthew Quick escreveu uma história
realista com as melhores notas de rodapé que eu já encontrei. Eu ri, me
emocionei e fiquei chocado ao longo de suas pouco mais que 200 páginas. Mais um
daqueles que mostram que uma história grandiosa não precisa ser escrita com
muitas páginas, basta ter um ótimo e objetivo autor para torna-la tão incrível
quando este livro foi. Bem, próximo ano (que começa amanhã) tem resenha
do livro para vocês.
É; na verdade os 10 são
12 (e tudo bem se isso só acontecer na minha matemática). Mas eu considero os
livros da Lesley e da Marie como um só (tá, eu sei que não são, mas são
continuações, então....).
E que venha 2014 com
leituras ainda melhores. Com livros ainda mais surpreendentes e incríveis.
E ahn... Feliz Ano
Novo! J
Que ele traga muito mais que bons livros, mas realizações pessoais, paz, saúde,
amor e tantas outras coisas legais.
Abraços e até próximo
ano. Haha.
Oi Ronaldo :)
ResponderExcluirLi quase todos da sua lista e os meus favoritos dela são: Belle e Cidades de Papel. Abraços!
http://euvivolendo.blogspot.com.br/
Impossível escolher apenas 10 livros para a nossa lista, mas você até que soube ser bem seletivo Ronaldo :) John Green Encabeçou a lista com dois títulos diferentes. Já vi que três das minhas melhores leituras também apareceram por aqui. Que 2014 também ótimo para nossas metas. E boa sorte com os clássicos =D Até mais.
ResponderExcluirDe Frente com os Livros