Título: Azul da Cor do Mar.
Autora: Marina
Carvalho.
Editora: Novo
Conceito (Novas Páginas).
Nº de páginas: 337.
Sinopse: ACASO,
DESTINO ou LOUCURA? No caso de Rafaela, Pode ser tudo isso junto. Para alguém
como ela, nada é impossível. Rafaela sonha desde a adolescência com o garoto
que viu uma vez, perto do mar, carregando uma mochila xadrez... A idéia fixa
não a impediu, porém, de ser uma menina alegre e muito decidida. Ela quer ser
jornalista, e seu sonho está se concretizando: Rafaela Vilas Boas (um nome tão
imponente para alguém tão desajeitado) conseguiu um estágio no melhor jornal de
Minas Gerais. Mas, como estamos falando de Rafa, alguma coisa tinha que dar
errado. O jornal é mesmo incrível, mas seu colega de trabalho, Bernardo, não é
a pessoa mais simpática do Mundo. Em meio a reportagens arriscadas – e alguns
tropeços -, Bernardo acaba percebendo, contra a sua vontade, que Rafaela leva
jeito para a coisa... E que eles formam uma dupla de tirar o fôlego. Mas e a mochila?
E o garoto, o envelope, as cartas? Um dia a estabanada Rafaela vai ter que se
libertar dessa obsessão.
Nota
Pessoal:
A divertida história da aspirante/quase jornalista, Rafaela, é daquelas
que vai te envolver de um jeito quase impossível de largar o livro. O enredo é
legal, a narrativa é fluída e envolvente e a personagem principal é do tipo que
vai te arrancar boas risadas, mas também vai oferecer momentos melodramáticos,
daqueles bem típicos de chick lit.
Quando eu soube do lançamento de Azul da Cor do Mar fiquei com muita
vontade de ler. Muita mesmo! Acho que principalmente porque a Rafa – a
protagonista – é estudante de jornalismo e eu esperava me identificar muito com
a história que a autora se propôs a escrever – grande parte passada na redação
de um grande jornal nacional, o terceiro maior. E não é que a experiência foi
tão divertida quanto imaginei?! Marina
Carvalho escreveu um chick lit que parece não fugir das características
inerentes ao gênero, mas o que não se pode negar é que o resultado dessa aventura
à lá comédia romântica foi tão bom
quando se poderia esperar.
Logo no início – antes mesmo do primeiro capítulo – a autora nos
apresenta uma Rafa criança, com dez anos, que vai passar as férias costumeiras
na casa de praia dos avós e acaba conhecendo um garoto misterioso. Um garoto
que andava com uma mochila xadrez – uma mochila pra lá de intrigante, é
verdade. E nessas pouco mais de duas páginas a autora nos oferece esse
mistério: quem é esse menino da mochila xadrez e dos olhos tão azuis quanto o
mar? Esse menino que despertou não só um amor, mas uma curiosidade na Rafaela
criança? Até aí tudo bem.
“ Sabe, garoto, se fosse possível, juro, eu caçava você,
nem que tivesse que percorrer cada canto deste mundo. Porque alguma coisa me
diz –sempre disse – que você é uma pessoa incomum, capaz de amar intensamente e
se permitir ser amado da mesma forma.” Pág.: 132
Quando chegamos ao primeiro capítulo já nos deparamos com uma Rafaela
adulta, vinte e um anos, estudante do sétimo período de jornalismo, e prestes a
começar como estagiária no setor investigativo do Folha de Minas, o jornal de maior circulação lá de Minas Gerais.
Só que o que acontece?! Tcharãn, o mentor da Rafa no estágio é um cara
super mal-humorado, chato e todo dono de si, que atende pelo nome de Bernardo.
E definitivamente aquele cara – que a Rafa fez questão de deixar claro, seria
muito, muito! Bonito se não fosse tão arrogante – não facilitaria a vida da
nossa aspirante à jornalista.
Prontinho. Terreno preparado para o desenvolvimento de uma história que
renderia boas risadas, com um casal típico que teria tudo para dar errado – e
certo. E a autora mandou ver... Escreveu com a leveza que a história exigia,
caracterizou seus personagens e soube passar as devidas emoções nos momentos
certos, sob o olhar da Rafa – a história é contada por ela.
Um ponto relativamente importante é ressaltar o quanto a autora foi
feliz em escolher o meio jornalístico para desenvolver essa história – este é o
primeiro livro dela que leio. Primeiro porque a Marina Carvalho é jornalista, o
que facilita e muito, porque ela nos dá uma visão experiente do exercício da
profissão. Segundo porque apesar de estar prestes a entrar na universidade –
adivinhem para cursar o quê? Jornalismo – eu acho (e isso é só uma suposição; achismo)
que ela deu a dinamicidade da vida do jornalista, mas especificamente, do
jornalista investigativo de uma forma bastante concreta e crível. Porque sim,
apesar de ser um livro de ficção, estamos tratando de uma história real, no
mundo real; nada melhor do que tentar ao máximo aproximar a história da
realidade.
Bem, a Rafa é uma mulher bem decidida e forte. Sim, claro, ela tem os
seus momentos deprê, que pensa em desistir de tudo e se encolher na cama com um
pote de sorvete ou brigadeiro e deixar a vida passar lá fora. Mas isso é de vez
em nunca, já que não seria fácil fazer isso com um estágio dos sonhos, um cara
arrogante como mentor e o último período do curso. E o que mais a caracteriza é
mesmo esse jeito desbravado de encarar as coisas. Embora ela tente agir pela
razão, suas emoções quase sempre falam mais alto – e a colocam em situações nem
um pouco convencionais.
Ela sabe que o Bernardo é extremamente sexy e atraente, e também o
melhor jornalista investigativo do estado, mas só por isso ela o deixaria
dominar?! Definitivamente não. Ela não tem medo de enfrentá-lo, diz tudo que
ninguém tem coragem de dizer e é do tipo: você
pode ser o melhor jornalista investigativo, mas eu também sou boa e não vou
deixar você pisar em mim, estamos entendidos?! Ou seja, não esperem uma mocinha
que vai viver chorando e reclamando da vida – claro que como eu falei, ela terá
os seus momentos deprê. E o legal disso é que a história é contada por ela. E
ela é super dinâmica.
E como existiriam chick lits se não existissem aquelas amigas?! Aquelas amigas que são companheiras e estão ali
para o que der e vier, mas não deixam de te fazer passar por momentos
constrangedores?! Em Azul da Cor do Mar
elas atendem pelos nomes de Alice, Sofia e Gisele – esta última a tal de ‘amiga
da onça’. Essas meninas estão ali, ajudando a Rafa quando necessário, trazendo
momentos de descontração para a história e não deixam de trazer também a dose
de humor. Elas são demais!
Ah, tem o Marcelo também. Porque claro, tem um triângulo amoroso. Ele
trabalha no setor de esportes e dá sempre um jeitinho de ‘cantar’ nossa
protagonista. Ela que não é nem um pouco boba, e sabendo que isso irritaria o
Bernardo-atraente-e-arrogante, resolve dar uma chance furada ao parceiro de
profissão. Insira agora aqueles ciúmes de uma faísca de amor, vindos de
Bernardo. Mais uma dose de complicação na vida de Rafa.
Mas nem tudo são divertimentos e risadas no livro. Como Rafa é
estagiária no setor de jornalismo investigativo – trabalhando ao lado de
Bernardo – a profissão exige também que ela passe uns maus bocados. Ela sente,
e a autora expôs isso divinamente bem, a adrenalina correndo nas veias ao
conseguir furos bombásticos; ela coloca a vida em risco para buscar a
informação, e acima de tudo: ela ama o que faz. Temos então bons momentos de
tensão e apreensão no livro também.
A família de Rafa também tem um papel importantíssimo na vida da nossa
pequena grande jornalista. Ela mora com dois irmãos – ela é a única mulher dos
quatro filhos – e eles sempre dão um jeito de mexer, engraçada e positivamente
falando, com a vida dela. Seja nos momentos de dificuldades, seja para
trata-la, em suas próprias palavras, como a faz tudo na casa – ou se quisesse
viver num ninho de bagunças, rsrs.
E pra finalizar – acho que já escrevi demais – nós temos o tão
esperado encontro da Rafa e do menino da mochila xadrez, lá de quando ela era
criança. (Estavam esquecidos, né?!). A Rafa não estava. Ao longo dos anos ela
alimentou as esperanças de um dia, quem sabe, encontrar novamente com o garoto
e entregar para ele a história que ela escrever... A história que ela devaneou
para eles. No fundo, no fundo, e apesar de ser durona, a Rafa é mesmo uma
romântica sem jeito.
Ufa. Acho que acabou. Então, para deixar tudo mais claro, eu quero dizer
que se Azul da Cor do Mar te
despertou, assim como em mim, curiosidade, leiam. E se não despertou, recomendo
ainda mais, porque você vai se surpreender. Não é uma história com desfechos e
densidades muito grandes, mas é leve, divertida e vai te render momentos muito
mais que agradáveis ao lado de uma garota que nada mais quer do que encontrar
um cara bacana, ser uma jornalista respeitada e viver uma história muito legal!
“ – Quero dizer, Rafa, que não sei ao certo quando, embora
compreenda bem o porquê, mas estou louco por você. Não louco de raiva. Louco...
por você.” Pág.: 284
Oi Ronaldo *acena*
ResponderExcluirque legal você resenhar esse livro, to louca para ler. Rafa e Bernardo prometem arrancar boas risadas do leitor em sua comédia romântica
http://felicidadeemlivros.blogspot.com.br/
Se já fiquei com vontade de ler no clube do livro... Agora estou loooouca para comprar. Obrigada pela dica de leitura
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