quarta-feira, 21 de maio de 2014

[Resenha] Os Assassinos do Cartão-Postal - James Patterson e Liza Marklund

Título: Os Assassinos do Cartão-Postal.
Título original: The Postcard Killers.
Autores: James Patterson e Liza Marklund.
Editora: Arqueiro.
Nº de páginas: 304.

Sinopse: Uma viagem para conhecer as mais belas cidades da Europa é o sonho de qualquer pessoa. Porém, o detetive da NYPD Jacob Kanon não está interessado nos pontos turísticos. Após receber a notícia do brutal assassinato de sua filha e namorado, mortos em Roma, Kanon viaja para o Velho Continente para tentar juntar pistas sobre o crime que mudou sua vida. E a onda de assassinatos está só começando: jovens casais são encontrados mortos em Paris, Copenhague, Frankfurt e Estolcomo. Os crimes parecem não estar conectados, com exceção de um cartão-postal enviado para o jornal local da cidade de cada nova vítima. Quando o repórter sueco Dessie Larsson recebe um postal, Kanon junta forças com o jornalista e partem para o novo destino para tentar capturar o serial killer.

Nota Pessoal:

O thriller policial escrito pelo consagrado James Patterson em parceria com Liza Marklund, é realmente de ‘tirar o fôlego’. O enredo é dinâmico, a narrativa é ágil e os capítulos curtíssimos - que divide opinião entre os leitores – ajuda na fluidez e imprime um ritmo acelerado, não deixando de ater os detalhes importantes, à estória. Os Assassinos do Cartão-Postal é mesmo um daqueles romances policiais que me faz ficar apreensivo e inteiramente entregue aos intrincados mistérios e as perseguições frenéticas típicas e ‘quase’ inerentes ao gênero.

Ao contrário do que se possa supor o leitor não é levado a querer descobrir quem são os assassinos. Não. Os assassinos nós já sabemos quem são. O que move toda a trama é a busca que a equipe, e mais especificamente o detetive Jacob e a jornalista Dessie, faz para encontrar os assassinos e saber quem são. O leitor sabe, eles não. Portanto, todo o mistério e ansiedade que me levou a devorar - não literalmente, é verdade - as páginas do livro, fica por conta dos por quês. Por que aquele ‘jovem casal’ cometia tamanha atrocidade? Por que eles tinham uma psicose com toda essa história de arte? Quem eles eram de verdade e o que os movia além do desejo sanguinário de matar outros ‘jovens casais’? Mas bem, antes eu preciso contar um pouquinho da estória pra vocês.

Mortes misteriosas de casais jovens e, na maioria dos casos, em lua de mel estão acontecendo por toda a Europa. A polícia não consegue resolver o mistério e todos os crimes parecem seguir uma mesma linha e são quase insolucionáveis. Os assassinos mandam cartões-postais para jornalistas conceituados dos países que estão e onde pretendem cometer o crime. Até a filha do detetive Jacob se tornar uma das vítimas. Quando ela é morta, Jacob abandona tudo em Nova York e parte em uma corrida contra o tempo por toda a Europa em busca d’Os Assassinos do Cartão-Postal.

Em Estocolmo Dessie é a jornalista escolhida pelos assassinos. Ela recebe o cartão e não sabe que sua vida está prestes a mudar drasticamente. Não sabe que está prestes a se tornar, ao lado de Jacob e da equipe de polícia de Estocolmo, caçadora nessa busca.

Enquanto isso eles continuam esse jogo. Os assassinos continuam a cometer seus crimes e a deixar rastros que parecem não servir para nada, além de mostrar ao mundo a inteligência e superioridade deles.

Ao mesmo tempo que Jacob tenta encontrar na prisão dos assassinos o conforto para a morte da filha, ele se vê atraído pela jornalista. E é quando percebe que essa atração é correspondida que eles se entregam a isso. Mas Jacob é um homem assombrado pelo fantasma da filha e mais do que qualquer coisa ele está disposto a abrir mão de qualquer coisa para prender as pessoas que a matou.

Não vendo saída, Dessie se entrega também a investigação, e se vê no fogo cruzado que é manter a razão ou envolver-se inteiramente com o detetive. Superando essa linha tênue, a jornalista encara tudo e se entrega literalmente. Tanto à investigação, quanto à atração por Jacob.

A verdade é que eu realmente não esperava muito desse livro. Achei a capa e a sinopse legais, mas ainda assim eu não consegui ficar ansioso para ler. Pensei que fosse encontrar mais uma dessas estórias policiais recheadas da mesmice, porém, não poderia estar mais enganado. A estória é incrivelmente bem estruturada e a forma como os capítulos curtos mesclam tanto a investigação, quanto o detalhamento dos assassinatos cometidos, tornam tudo ainda mais frenético e impossível de largar. Atestei, neste livro, que o autor consegue mesmo escrever de uma forma que ‘as páginas viram sozinhas’ – e claro que preciso ressaltar que apesar de não ficar clara a distinção entre as narrativas dos autores, James e Liza, este livro em questão tem um ‘tempero’ diferente dos outros que li do Patterson.

Os personagens d’Os assassinos do Cartão-Postal são extremamente cativantes. Até os assassinos são tão inteligentes e ágeis que eu não pude deixar de admirar tamanha artimanha. Apesar de termos a visão de toda a estória em 3º pessoa, temos não somente o desenrolar frenético que é a busca pelos assassinos, mas como os próprios assassinos se movem pela Europa; como eles seduzem as vítimas e as matam.

Jacob e Dessie formam uma dupla dinâmica e uou! eles me ganharam logo de cara. Eles parecem ter uma conexão instantânea e os seus diálogos são bem articulados e perpassam os limites da investigação. A atração e o quase romance entre eles, desenvolvido periodicamente, página a página, não tiram o foco principal; só servem para deixar o cenário e a situação ainda mais interessante. Não sei se vai acontecer, mas adoraria que o James e a Liza escrevessem mais estória com essa dupla. Eles renderiam várias e várias estórias

O clímax do livro fica por conta da captura e das explicações que o leitor anseia por saber. Os porquês. Por que o casal assassino só mata jovens casais? E por que eles enviam os cartões-postais? E por que eles seguem aquele padrão bizarro?

Posso garantir que é surpreendente. Jacob e Dessie – e os destaco, porque apesar da polícia estar participando das investigações, a dupla parece ver os pormenores que a equipe não consegue – fuçam o passado dos assassinos. E quando descobri o que realmente os movia eu só conseguia pensar: caraca, isso é realmente muito... surpreendente e doentio. Existe algo bem maior que os assassinos e isso é outra coisa que surpreende, principalmente quando os próprios se arriscam a ‘mostrar’ a cara.

Por fim, temos um ponto final no caso e o leitor acha que acabou. E realmente eu me sentiria satisfeito se o epílogo não 'exigisse' que mais estórias fossem escritas e protagonizadas pelo Jacob e a Dessie. Não, nenhum resquício do caso d’Os assassinos do Cartão-Postal é deixado. Esta estória acabou. Mas os ‘protagonistas’ são tão legais e o epílogo ‘pede’ que mais coisa seja contada e mais casos sejam solucionados por eles.

Acho que este livro foi um dos melhores que li esse ano até agora. E um dos melhores policiais também.

Boa Leitura!

Comente com o Facebook:

Um comentário:

  1. Oi Ronaldo :)

    Esse livro está na minha lista de desejados e confesso que a sua resenha me fez colocar ele na frente de vários outros aqui. Adoro personagens e narrativas cativantes, quem não gosta, né? Abraços!

    http://euvivolendo.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir