Título: Uma
Carta de Amor.
Título original: Message in a Bottle.
Autor: Nicholas Sparks.
Editora: Arqueiro
Nº de páginas: 288.
Sinopse: Há
três anos, a colunista Theresa Osborne se divorciou do marido após ter sido
traída por ele. Desde então, não acredita no amor e não se envolveu seriamente
com ninguém. Convencida pela chefe de que precisa de um tempo para si, resolve
passar férias em Cape Cod. Durante a semana de folga, depois de terminar sua
corrida matinal na praia, Theresa encontra uma garrafa arrolhada com uma folha
de papel enrolada dentro.
Ao abri-la, descobre uma mensagem que começa assim: “Minha adorada
Catherine, sinto a sua falta, querida, como sempre, mas hoje está sendo
especialmente difícil porque o oceano tem cantado para mim, e a canção é a da
nossa vida juntos.”
Comovida pelo texto apaixonado, Theresa decide encontrar seu misterioso
autor, que assina apenas “Garrett”. Após uma incansável busca, durante a qual
descobre novas cartas que mexem cada vez mais com seus sentimentos, Theresa vai
procurá-lo em uma cidade litorânea da Carolina do Norte. Quando o conhece, ela
descobre que há três anos Garrett chora por seu amor perdido, mas também
percebe que ele pode estar pronto para se entregar a uma nova história. E, para
sua própria surpresa, ela também.
Unidos pelo acaso, Theresa e Garrett estão prestes a viver uma história
comovente que reflete nossa profunda esperança de encontrar alguém e sermos
felizes para sempre.
Nota Pessoal:
De novo eu venho falar de uma obra de um dos meus autores favoritos.
Acho até que sempre acabo sendo redundante – não pelas obras serem iguais,
mas por falta de adjetivos bons que a definam. Pois é, de novo o Nicholas
Sparks tomou meu coração entre as mãos – usando uma super metáfora – e me fez
acreditar no amor puro e verdadeiro, proveniente das dificuldades que a vida
impõe. Neste caso não temos um ‘amorzinho perfeito’ de um casal jovem; agora o
Sparks pegou duas pessoas maduras, que já tiveram antigos amores, e desenvolveu
a história a partir daí: dessa ideia de que por mais difícil que seja recomeçar
uma vida (depois que você já tem filhos e de ter passado pela experiência do
casamento), é sempre possível.
O primeiro ponto é que os protagonistas são pessoas maduras e não se
conheciam – eles não tiveram um passado juntos, ou seja, não resgataram nenhum
amor perdido, tiveram que construir a partir do momento em que se conheceram. O
segundo é que temos dois extremos aí: enquanto a Theeresa, apesar de
aparentemente bem resolvida e com um filho, saiu de um casamento complicado,
que já perdera a essência do amor há muito tempo, o Garrett é um homem
apaixonado; apaixonado por sua esposa que morreu. Então temos aí dois corações
partidos das maneiras mais distintas possíveis. E quando dois corações partidos
se encontram o que acontece? Bem, você pode me dizer que nada, mas o ‘nada’ nas
mãos de um autor como Nicholas Sparks pode se transformar numa história de amor
que ultrapassa o limite do ‘temporal’ e consegue transformar em palavras, sentimentos. É, Uma Carta de Amor traz todo o tradicionalismo romântico
inerente do autor.
Theresa é uma jornalista, tem um filho e saiu de um casamento
fracassado. Apesar disso, sua vida parece manter um ritmo constante e sem
grandes motivações. Ela vivia para o trabalho e o filho. Até que num fim de
semana na casa de uma amiga, correndo na praia, ela encontra uma garrafa. Uma
garrafa com uma mensagem dentro. Na carta, as palavras doces, sinceras e
carregadas de saudades de um homem de nome Garrett aquecem o coração de Theresa
e a desperta para um sentimento novo – não, não era amor; ela só queria saber
quem era esse tal Garrett, esse homem que conseguia amar profundamente e
imensamente uma mulher chamada Catherine.
É depois que a editora do jornal que ela trabalhava resolve publicar a
carta na sua coluna, que as coisas começam a mudar. Theresa se descobre em meio
a centenas de correspondências de pessoas que se sentiram tocadas por aquelas
palavras. E em meio a ligações e agradecimentos é que surgem outras cartas.
Cartas espalhadas por aí, levadas pela correnteza e que caíram nas mãos de
diferentes pessoas. Todas elas com o mesmo romantismo e escritas pelo mesmo
homem: Garrett.
Movida pelo sentimento de querer conhecê-lo, Theresa começa a buscar
pistas sobre o tal homem. E com a ajuda da chefe e amiga, ela consegue enfim encontra-lo.
Só que o encontro revelaria mais surpresas do que ela poderia esperar.
Ao encontrar Garrett, Theresa soube instantaneamente que ele era alguém
capaz de amar. Capaz de amar tão incondicionalmente a ponto de mesmo após a
morte da esposa, escrever cartas para ela e jogá-las ao mar, como uma prece ou
um agradecimento, porque o mar era o lugar favorito dos dois.
É quando eles começam a se relacionam. A princípio de uma maneira quase
que inocente, sem pretensões futuras, passando pela fase do próprio
amadurecimento e das complicações provenientes de um amor que pretende quebrar
não só a barreira física da distância, como a barreira emocional do coração
despedaçado – principalmente o Garrett.
“– Gosto,
sim. Gosto tanto que isso me assusta. Faz tanto tempo que não me sinto assim
que quase esqueci como outra pessoa podia ser importante para mim. Acho que não
seria capaz de deixar você ir e esquecê-la, e nem quero fazer isso. [...] Vamos
tentar fazer dar certo.” Pág.: 155
Nas minhas resenhas do autor sempre digo o quanto ele consegue
desenvolver um amor que parece palpável e que para muitos parece ‘irreal’ e
impossível. É sempre complicado falar sobre um livro do Nicholas porque eu
quase nunca consigo ser imparcial. Toda vez que eu abro um livro escrito por
ele é como se acontecesse um reconhecimento, e quase nunca eu me decepciono.
Porque sim, eu acho que os dramas escritos pelo autor são reais, e as
dificuldades também. A diferença é que na vida real, às vezes, as pessoas
desistem. E na maioria das obras do Nicholas os personagens são talhados para
lutar contra tudo e todos em nome do amor – e eu sei que isso pode ser utópico
demais, mas ainda assim consegue ser incrível. Decerto que esse ‘amor’ descrito
nas obras sempre – ou quase – está fadado à tragédia, porém o Sparks consegue
fazer isso sem danificar a significância do que os seus personagens viveram. Da
história de amor deles.
No caso de Uma Carta de Amor – que é importante ressaltar ser um
relançamento aqui no Brasil pela Editora Arqueiro, e ser um dos primeiros
lançamentos do autor – encontramos exatamente um desses amores como tantos
outros. Nicholas Sparks introduziu bem, sem nos apresentar logo de cara o
Garrett real – porque a princípio só o conhecemos através das cartas -; desenvolveu a história de uma forma leve e descontraída, sem grandes dramas e
superficialidade; e terminou de uma forma tão primorosa e singela, que foi
impossível não deixar que as lágrimas viessem.
Theresa e Garrett aprendem a amar de novo. Amadurecem e se ajudam. Esse
companheirismo diferencia o relacionamento. O faz parecer forte, apesar das
dificuldades. Entra aqui o tipo de relacionamento que o Garrett conseguiu
construir com o filho da Theresa – que foi tão natural quanto possível.
Por fim, acho que mesmo redundante, eu tenho que afirmar que o livro é
belo e me fez ter ainda mais certeza do quanto às histórias do Nicholas
conseguem ser: belas e tristes, profundas e leves; conseguem me levar do
sorriso às lágrimas e me faz acreditar no amor. No amor que quebra as barreiras
e no amor que não é perfeito. No amor que pode ou não dar certo. No amor que
mesmo não tendo um final feliz, foi bom porque valeu enquanto durou. No amor
que não é ‘definível’ e predeterminado, mas construído.
E ah, no amor que vai além do amor entre homem e mulher, entre
namorados, noivos. No amor além do casamento; no amor que é um sentimento cheio
de limitações.
Acho que sempre vou amar tudo que o Sparks escreve. E mesmo que não, vou
tentar acreditar que sim só porque ele tem o raro dom de contar incríveis histórias de amor.
Boa Leitura!
Não tenho muito interesse nos livros do Sparks justamente por não ter tido boas experiências com o autor. Acho os romances dele muito melosos e etc, não leria.
ResponderExcluirMas a capa desse novo ficou linda <3
memorias-de-leitura.blogspot.com
Oi, querido! Tudo bom?
ResponderExcluirQueria muito ser mais apegada aos livros do Sparks, confesso que não li nenhum até o momento e a vontade em nenhum momento chegou em mim. Leio muitas resenhas, todas positivas, todos amando e dizendo que os livros são recheados de romances e momentos intensos, mas por algum motivo, algo não me prende a ele. Ainda pretendo um dia estar disposta a ler algum livro e espero ainda mais que minha opinião não mude, aposto que são histórias maravilhosas, mas talvez não sejam para mim no momento. Linda resenha, parabéns!
Beijinhos,
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