sábado, 31 de maio de 2014

[Resenha] O Príncipe da Névoa - Carlos Ruiz Zafón.

Título: O Príncipe da Névoa.
Título original: El Príncipe de La Niebla.
Autor: Carlos Ruiz Zafón.
Editora: Suma de Letras.
Nº de páginas: 180.
Sinopse: Em 1943, a família do jovem Max Carver muda para um vilarejo no litoral, por decisão do pai, um relojoeiro e inventor. Porém, a nova casa dos Carver está cercada de mistérios. Atrás do imóvel, Max descobre um jardim abandonado, contendo uma estranha estátua e símbolos desconhecidos. Os novos moradores se sentem cada vez mais ansiosos: a irmã de Max, Alicia, tem sonhos perturbadores, enquanto ao outra irmã, Irina, ouve vozes que sussurram para ela de um velho armário. Com a ajuda de Roland, um novo amigo, Max também descobre os restos de um barco que afundou há muitos anos, numa terrível tempestade. Todos a bordo morreram na ocasião, menos um homem - um engenheiro que construiu o farol no fim da praia.
Enquanto os adolescentes exploram o naufrágio, investigam os mistérios e vivem um primeiro amor, um diabólico personagem surge na trama. Trata-se do Príncipe da Névoa, um ser capaz de conceder desejos a uma pessoa, ainda que, em troca, cobrasse um preço demasiadamente alto.

Nota Pessoal:

A nebulosidade da escrita do Zafón – é preciso ressaltar, já presente no próprio título da obra – é a característica marcante d’O Príncipe da Névoa. Com uma narrativa um tanto aguçada e quase inteiramente promissora, o autor nos leva ao fantástico mundo da infância, lá pelos anos 40; eles nos guia rumo ao desconhecido campo da magia, da curiosidade e principalmente do aprendizado e das experiências. É como o próprio autor afirma numa pequena nota no início: é um livro que interessa tanto as pessoas com 13, 14 anos, quanto às de 23, 43 ou 83. Uma obra que não delimita parâmetros na ambientação do mistério que se desenrola nas suas singelas 180 páginas. O livro é uma grande aventura que me fez perceber o quanto Zafón é tão completo na sua narrativa e tão competente como ‘contador de histórias’.

Max é um garoto que está prestes a se mudar para uma pequena casa à beira de uma praia com sua família. Uma cidade pequena e uma série de coincidências que começam antes mesmo da fixação da família no lugar.

Lá ele conhece Roland, um garoto que se tornará seu melhor amigo e companheiro no descobrimento da magia, mas também um jardim de estátuas misterioso nos fundos da sua casa: um jardim que está sempre permeado por uma névoa.

Aos poucos, o garoto Max vê sua irmã se apaixonar por Roland e o amor ser retribuído; vê também um relógio que funciona ao contrário; acaba descobrindo que barco naufragado, onde ele e Roland praticavam mergulhos, escondia mais segredos do que se poderia supor, e mais: eles poderiam estar inteiramente ligados com o tal jardim de estátuas lá no bosque dos fundos de sua casa.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

[Resenha] Os Assassinos do Cartão-Postal - James Patterson e Liza Marklund

Título: Os Assassinos do Cartão-Postal.
Título original: The Postcard Killers.
Autores: James Patterson e Liza Marklund.
Editora: Arqueiro.
Nº de páginas: 304.

Sinopse: Uma viagem para conhecer as mais belas cidades da Europa é o sonho de qualquer pessoa. Porém, o detetive da NYPD Jacob Kanon não está interessado nos pontos turísticos. Após receber a notícia do brutal assassinato de sua filha e namorado, mortos em Roma, Kanon viaja para o Velho Continente para tentar juntar pistas sobre o crime que mudou sua vida. E a onda de assassinatos está só começando: jovens casais são encontrados mortos em Paris, Copenhague, Frankfurt e Estolcomo. Os crimes parecem não estar conectados, com exceção de um cartão-postal enviado para o jornal local da cidade de cada nova vítima. Quando o repórter sueco Dessie Larsson recebe um postal, Kanon junta forças com o jornalista e partem para o novo destino para tentar capturar o serial killer.

Nota Pessoal:

O thriller policial escrito pelo consagrado James Patterson em parceria com Liza Marklund, é realmente de ‘tirar o fôlego’. O enredo é dinâmico, a narrativa é ágil e os capítulos curtíssimos - que divide opinião entre os leitores – ajuda na fluidez e imprime um ritmo acelerado, não deixando de ater os detalhes importantes, à estória. Os Assassinos do Cartão-Postal é mesmo um daqueles romances policiais que me faz ficar apreensivo e inteiramente entregue aos intrincados mistérios e as perseguições frenéticas típicas e ‘quase’ inerentes ao gênero.

Ao contrário do que se possa supor o leitor não é levado a querer descobrir quem são os assassinos. Não. Os assassinos nós já sabemos quem são. O que move toda a trama é a busca que a equipe, e mais especificamente o detetive Jacob e a jornalista Dessie, faz para encontrar os assassinos e saber quem são. O leitor sabe, eles não. Portanto, todo o mistério e ansiedade que me levou a devorar - não literalmente, é verdade - as páginas do livro, fica por conta dos por quês. Por que aquele ‘jovem casal’ cometia tamanha atrocidade? Por que eles tinham uma psicose com toda essa história de arte? Quem eles eram de verdade e o que os movia além do desejo sanguinário de matar outros ‘jovens casais’? Mas bem, antes eu preciso contar um pouquinho da estória pra vocês.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

[Resenha] Uma Carta de Amor - Nicholas Sparks

Título: Uma Carta de Amor.
Título original: Message in a Bottle.
Autor: Nicholas Sparks.
Editora: Arqueiro
Nº de páginas: 288.
Sinopse: Há três anos, a colunista Theresa Osborne se divorciou do marido após ter sido traída por ele. Desde então, não acredita no amor e não se envolveu seriamente com ninguém. Convencida pela chefe de que precisa de um tempo para si, resolve passar férias em Cape Cod. Durante a semana de folga, depois de terminar sua corrida matinal na praia, Theresa encontra uma garrafa arrolhada com uma folha de papel enrolada dentro.
Ao abri-la, descobre uma mensagem que começa assim: “Minha adorada Catherine, sinto a sua falta, querida, como sempre, mas hoje está sendo especialmente difícil porque o oceano tem cantado para mim, e a canção é a da nossa vida juntos.”
Comovida pelo texto apaixonado, Theresa decide encontrar seu misterioso autor, que assina apenas “Garrett”. Após uma incansável busca, durante a qual descobre novas cartas que mexem cada vez mais com seus sentimentos, Theresa vai procurá-lo em uma cidade litorânea da Carolina do Norte. Quando o conhece, ela descobre que há três anos Garrett chora por seu amor perdido, mas também percebe que ele pode estar pronto para se entregar a uma nova história. E, para sua própria surpresa, ela também.

Unidos pelo acaso, Theresa e Garrett estão prestes a viver uma história comovente que reflete nossa profunda esperança de encontrar alguém e sermos felizes para sempre.

Nota Pessoal:

De novo eu venho falar de uma obra de um dos meus autores favoritos. Acho até que sempre acabo sendo redundante – não pelas obras serem iguais, mas por falta de adjetivos bons que a definam. Pois é, de novo o Nicholas Sparks tomou meu coração entre as mãos – usando uma super metáfora – e me fez acreditar no amor puro e verdadeiro, proveniente das dificuldades que a vida impõe. Neste caso não temos um ‘amorzinho perfeito’ de um casal jovem; agora o Sparks pegou duas pessoas maduras, que já tiveram antigos amores, e desenvolveu a história a partir daí: dessa ideia de que por mais difícil que seja recomeçar uma vida (depois que você já tem filhos e de ter passado pela experiência do casamento), é sempre possível.

O primeiro ponto é que os protagonistas são pessoas maduras e não se conheciam – eles não tiveram um passado juntos, ou seja, não resgataram nenhum amor perdido, tiveram que construir a partir do momento em que se conheceram. O segundo é que temos dois extremos aí: enquanto a Theeresa, apesar de aparentemente bem resolvida e com um filho, saiu de um casamento complicado, que já perdera a essência do amor há muito tempo, o Garrett é um homem apaixonado; apaixonado por sua esposa que morreu. Então temos aí dois corações partidos das maneiras mais distintas possíveis. E quando dois corações partidos se encontram o que acontece? Bem, você pode me dizer que nada, mas o ‘nada’ nas mãos de um autor como Nicholas Sparks pode se transformar numa história de amor que ultrapassa o limite do ‘temporal’ e consegue transformar em palavras, sentimentos. É, Uma Carta de Amor traz todo o tradicionalismo romântico inerente do autor.

Theresa é uma jornalista, tem um filho e saiu de um casamento fracassado. Apesar disso, sua vida parece manter um ritmo constante e sem grandes motivações. Ela vivia para o trabalho e o filho. Até que num fim de semana na casa de uma amiga, correndo na praia, ela encontra uma garrafa. Uma garrafa com uma mensagem dentro. Na carta, as palavras doces, sinceras e carregadas de saudades de um homem de nome Garrett aquecem o coração de Theresa e a desperta para um sentimento novo – não, não era amor; ela só queria saber quem era esse tal Garrett, esse homem que conseguia amar profundamente e imensamente uma mulher chamada Catherine.

É depois que a editora do jornal que ela trabalhava resolve publicar a carta na sua coluna, que as coisas começam a mudar. Theresa se descobre em meio a centenas de correspondências de pessoas que se sentiram tocadas por aquelas palavras. E em meio a ligações e agradecimentos é que surgem outras cartas. Cartas espalhadas por aí, levadas pela correnteza e que caíram nas mãos de diferentes pessoas. Todas elas com o mesmo romantismo e escritas pelo mesmo homem: Garrett.