quinta-feira, 31 de julho de 2014

[Resenha] Roubada - Lesley Pearse

Título: Roubada.
Título original: Stolen.
Autora: Lesley Pearse.
Editora: Novo Conceito.
Nº de páginas: 384.
Sinopse: Quando uma bela moça loira foi encontrada desacordada em uma praia, ela não tinha nenhuma lembrança de quem era ou dos horrores pelos quais havia passado antes de chegar ali. A esteticista Dale não via Lotte Wainwright há tempos, mas, para seu pesar , reconheceu sua amiga na foto publicada pela imprensa local em um artigo que noticiava as misteriosas circunstâncias do aparecimento da jovem que, recentemente, havia dado à luz. Após uma longa separação entre Lotte e Dale, uma perigosa sequencia de segredos, mentiras e pesadelos tem iníicio. O que aconteceu com Lotte? Alguém queria matá-la? E, o pior, o que acontecera com o bebê que dera à luz? Imagine não saber de onde você veio e o que o futuro lhe reserva... ~~~ Ao se aproximar, David percebeu, para seu horror, que era uma mulher. Suas pernas desnudas ainda estavam dentro da água e, quando as ondas chegavam, levantavam a saia do vestido e faziam com que se agitassem. A cabeça não ficou visível até que ele se aproximasse, e David percebeu que ela era jovem, com mais de 20 anos, esguia e bela, e que seu cabelo loiro havia sido cortado de forma descuidada e brutal. —Quem é você?—ele perguntou, abaixando-se ao seu lado nos pedriscos da praia, erguendo-a até que estivesse sentada e apoiada contra seu ombro. David tomou o pulso da mulher. Embora a pele dela estivesse fria como o gelo e muito enrugada por causa da submersão, ele conseguiu sentir uma pulsação leve.” Contrariando todas as expectativas, ela está viva, mas não faz a menor ideia de quem seja. Contudo, quando sua foto é colocada no jornal local, uma antiga companheira de trabalho no cruzeiro que fez pela América do Sul a reconhece.

Nota Pessoal:

Forte e intenso, Roubada, é o típico livro cheio de surpresas e revelações que a cada página virada, causa no leitor as mais variadas emoções: comoção, revolta, raiva, compaixão... E acima de tudo, é uma história que me fez refletir sobre a ingenuidade, maldade e psicopatia humana. Até que ponto você confiaria em alguém? Até onde você iria para alcançar seu objetivo? Como caminhar pela linha tênue oferecida pela efemeridade ingênua de uma fatalidade?!

Ao inspirar – figurativamente – as primeiras palavras desta história da Lesley, logo percebi que a autora seguiria um caminho diferente do seu consagrado e meu queridinho Belle. Salvo algumas características compartilhadas – como o fato da autora construir personagens femininas muito fortes – as duas histórias me parecem seguir caminhos totalmente distintos (e era pra ser). Roubada traz um thriller contemporâneo que apesar de intenso e fortemente armado de peculiaridades extremamente atrativas, à princípio não me prendeu totalmente à atenção (sim, ainda fazendo uma comparação com outros livros da autora), mas reafirmou minha teoria de que Lesleu Pearse é uma das melhores contadoras de histórias que já pude ‘conhecer’.

Toda a história gira em torno de uma mulher misteriosa, encontrada na praia por um homem chamado David. Ao ter sua foto estampada nos jornais, ela é reconhecida por Dale como Lotte, sua antiga amiga que há algum tempo andava ‘sumida’. Uma série de segredos é descortinada aí: Lotte perdeu a memória e nesse meio tempo em que as duas não se falavam ela teve um bebê – e talvez esse seja seu maior desespero após a perda da memória: onde estaria o bebê?

quarta-feira, 16 de julho de 2014

[Resenha] Querida Sue - Jessica Brockmole

Título: Querida Sue.
Título original: Letters from Skye.
Autora: Jessica Brockmole.
Editora: Arqueiro.
Nº de páginas: 256.

Sinopse: Março, 1912: A jovem poeta Elspeth Dunn nunca viu o mundo além de sua casa, localizada na remota ilha de Skye, noroeste da Escócia. Por isso, não é de espantar a sua surpresa quando recebe uma carta de um estudante universitário chamado David Graham, que mora na distante América. O contato do fã dá início a um intercâmbio de cartas onde os dois revelam seus medos, segredos, esperanças e confidências, desencadeando uma amizade que rapidamente se transforma em amor. Porém, a Primeira Guerra Mundial força David a lutar pelo seu país, e Elspeth não pode fazer nada além de torcer pela sobrevivência de seu grande amor. Junho, 1940, começo da Segunda Guerra Mundial: Margaret, filha de Elspeth, está apaixonada por um piloto da Força Aérea Britânica. Sua mãe a alerta sobre os perigos de um amor em tempos de guerra, um conselho que Margaret não quer ouvir. No entanto, uma bomba atinge a casa de Elspeth e acerta em cheio a parede secreta onde estavam as cartas de amor de David. Com sua mãe desaparecida, Margaret tem como única pista do paradeiro de Elspeth uma carta que não foi destruída pelas bombas. Agora, a busca por sua mãe fará com que Margaret conheça segredos de família escondidos há décadas. Querida Sue é uma história envolvente contada em cartas. Com uma escrita sensível e cheia de detalhes de épocas que já se foram, Jessica Brockmole se revela uma nova e impressionante voz no mundo literário.

Nota Pessoal:

“Eu devia ter lhe contado. Devia tê-la ensinado a proteger seu coração. As palavras na folha são capazes de inundar a alma. Ah, se você soubesse...” Pág.: 18.

Talvez a melhor forma de começar esta resenha seja evocando a particularidade característica da obra de Jessica Brockmole com um ‘Querido Leitor’. Então, acho mesmo que devo começar assim:

Querido leitor,
Querida Sue é um livro maravilhoso. Sua história forte, contada através de relatos em cartas, é daquelas que te arrancará um sorriso bobo em poucas páginas. Um conto de amor que não apenas desvenda o romantismo em sua forma mais pura, mas não se deixa perder em meio aos anos conturbados que marcaram períodos dramáticos da História da humanidade, as Duas Grandes Guerras.

Não nego que duvidei da capacidade da autora em sustentar uma história tão aparentemente forte só e somente só através de cartas. Ainda mais intercalando períodos de tempo – parte da história se passa entre os anos 1912 e 1917, e parte em 1940. Tudo isso mantendo a atenção do leitor em ambas, sem cansá-lo ou deixa-lo confuso. Qual foi a surpresa ao me envolver totalmente tanto com a história da Elspeth, quanto com a da Margaret!