terça-feira, 28 de maio de 2013

[Resenha] LEGEND - Marie Lu


Título: Legend

Título original: Legend

Autora: Marie Lu

Editora: Prumo

Nº de páginas: 255

Sinopse: Ambientado na cidade de Los Angeles em 2130 D.C., na atual República da América, conta a história de um rapaz – o criminoso mais procurado do país – e de uma jovem – a pupila mais promissora da República –, cujos caminhos se cruzam quando o irmão desta é assassinado e a ela cabe a tarefa de capturar o responsável pelo crime. No entanto, a verdade que os dois desvendarão se tornará uma lenda. O que outrora foi o oeste dos Estados Unidos é agora o lar da República, uma nação eternamente em guerra com seus vizinhos. Nascida em uma família de elite em um dos mais ricos setores da República, June é uma garota prodígio de 15 anos que está sendo preparada para o sucesso nos mais altos círculos militares da República. Nascido nas favelas, Day, de 15 anos, é o criminoso mais procurado do país; porém, suas motivações parecem não ser tão mal-intencionadas assim. De mundos diferentes, June e Day não têm motivos para se cruzarem – até o dia em que o irmão de June, Metias, é assassinado e Day se torna o principal suspeito. Preso num grande jogo de gato e rato, Day luta pela sobrevivência da sua família, enquanto June procura vingar a morte de Metias. Mas, em uma chocante reviravolta, os dois descobrem a verdade sobre o que realmente os uniu e sobre até onde seu país irá para manter seus segredos.


Nota Pessoal:

Com um ritmo de tirar o fôlego e uma história surpreendentemente genial, ‘Legend’ traz uma mescla de mistério, romance e ação, em um cenário devastadoramente real. Em uma Los Angeles futurista, onde a verdade pode não ser o que parece, Marie Lu conseguiu criar não só um livro encantadoramente perturbador, mas chamar à atenção para uma possível catástrofe, causada pela opressão de um povo enganado por um governo autoritário e ditatorial.

Day é o criminoso mais procurado da República. Astuto, esperto e com uma inteligência e habilidade ímpar, consegue não só mover-se com agilidade enquanto todos o estão procurando, mas também, sobreviver na rua com uma garota chamada Tess. A República quer o garoto morto, e ele teve que fugir devido a sua baixa pontuação em uma prova à qual são submetidas todas as crianças em uma determinada idade.

June é supostamente um verdadeiro prodígio. Alcançando a pontuação máxima em um pequeno intervalo de tempo, ela foi designada para a melhor universidade da República, com o intuito de tornar-se um dos melhores soldados para lutar contra as Colônias.

Foi o que restou dos Estados Unidos: um país dividido em República e Colônias, que se confrontam em uma guerra que parece não ter fim.
June e Day vivem em ambientes totalmente opostos. Ele, um garoto pobre que tem que fugir para manter-se vivo. Ela, o prodígio da República e única esperança de encontrar e matar o criminoso. Só que o futuro dos dois cruzam-se inesperadamente e começa uma perseguição inacreditavelmente veloz e arrasadora, onde a verdade se descortinará diante de ambos.

Com toda a certeza, Legend é a melhor história distópica que já li. A autora soube dar dinamicidade a narrativa, – que é alternada entre June e Day – construir personagens fortes e únicos  e principalmente, ela consegue prender o leitor da primeira à última página.

Não é novidade que eu sou completamente adepto a livros distópicos, que trazem como foco um mundo futurista opressor e ditador, onde a grande parte da população deve se inclinar perante uma determinada cúpula de poder. Porém Legend me despertou um sentimento diferente...uma verdade diferente. Foi como se tudo que a Marie Lu escreveu não estivesse tão longe de tornar-se verdade, se vermos o rumo que o mundo está tomando.

Day é um personagem forte e decidido. Capaz de arriscar tudo – inclusive sua própria vida – para ajudar sua família, ele é ambiciosamente inquietante. Não me restou dúvidas quanto a sua dignidade. Um garoto –a princípio sozinho - que é capaz de ir contra todas as regras por achar que nada daquilo está correto é no mínimo... corajoso. Sim, ele não se curva e não entra naquele jogo de poder que é controlado por poucos. E nem poderia.

June, por mais esperta e corajosa, ainda não consegue entender tudo aquilo. Cega por um desejo insaciável de encontrar Day, que é supostamente o causador de uma das maiores perdas de sua vida, a garota mostra-se como um peão nesse jogo. Mas algo se revelará...e mudará tudo.

Impossível não amar ambos os protagonistas. Acho que isso foi relativamente positivo: o fato da autora nos dá a visão dos dois, sem tornar a leitura confusa. O leitor se vê no cenário, enfrentando todas as dificuldades do Day, sofrendo com ele. Assim como, vivenciamos toda a fúria de uma garota durona – June – que na verdade traz marcas profundamente dolorosas.

Ainda fico perturbado em pensar o quanto essa história significou para mim. Seu enredo é incrível, o modo como tudo nos é apresentado é surpreendente e a evolução tanto de personagens como da estrutura da história é magicamente genial.

Todos os elogios são demasiados pequenos para definir a  história de LEGEND. Ele não é somente um dos meus livros favoritos, é um livro que eu nunca cansaria de reler e recomendar para todo mundo.
O livro deveria vir com o aviso: você ficará perturbadoramente...encantado.

Boa Leitura!!!

P.S.: O segundo volume da trilogia, tem como título ‘Prodigy’ e será lançado ainda esse ano pela Editora Prumo.



quinta-feira, 23 de maio de 2013

[Evento literário] 'Por dentro dos Cinquenta Tons' - Clube do Livro Saraiva/SE

A trilogia 'Cinquenta tons de cinza', que conquistou milhares de leitores, é tema do primeiro evento realizado pelo 'Clube do Livro da Saraiva' de Sergipe. Isso mesmo! Fãs e leitores sergipanos da série, terão a oportunidade de discutir, interagir e trocar informações sobre os livros que tornaram-se febre no Brasil e no mundo.



O evento literário que leva o nome de 'Por dentro dos Cinquenta Tons', contará ainda com a presença da psicóloga Drª Alessandra Lobão, que traçará o perfil psicológico dos personagens da série e falará sua opinião a respeito de tudo que a britânica E L James escreveu.
A programação do evento, que será realizado dia 26 de maio, às 15:00, na 'Livraria Saraiva' de Aracaju, localizada no Shopping Riomar, propõe o seguinte:
  •  Introdução da série.
  • Uma conversa com a psicóloga Alessandra Lobão.
  • Momento do leitor (que consiste em discutir as diversas opiniões dos leitores com relação a trilogia).
  • QUIZ ( com brincadeiras e momentos de divertimento para os leitores).
  • Sorteio de brindes.

O evento conta com a participação e apoio:


Nosso evento na Saraiva Conteúdo: 

Esperamos vocês!!!



sexta-feira, 17 de maio de 2013

[Resenha] Uma Curva na Estrada - Nicholas Sparks

Título: Uma curva na estrada

Título original: A Bend in the Road
Autor: Nicholas Sparks
Editora: Arqueiro
N° de páginas: 303
Sinopse: A vida do subxerife Miles Ryan parecia ter chegado ao fim no dia em que sua esposa morreu. Missy tinha sido seu primeiro amor, a namorada de escola que se tornara a companheira de todos os momentos, a mulher sensual que se mostrara uma mãe carinhosa. Uma noite Missy saiu para correr e não voltou. Tinha sido atropelada numa rua perto de casa. As investigações da polícia nada revelaram. Para Miles, esse fato é duplamente doloroso: além de enfrentar o sofrimento de perder a esposa, ele se culpa por não ter descoberto o motorista que a atropelou e fugiu sem prestar socorro. Dois anos depois, ele ainda anseia levar o criminoso à justiça. É quando conhece Sarah Andrews. Professora de seu filho, Jonah, ela se mudou de Baltimore para New Bern na expectativa de refazer sua vida após o divórcio. Sarah logo percebe a tristeza nos olhos do aluno e, em seguida, nos do pai dele. Sarah e Miles começam a se aproximar e, em pouco tempo, estão rindo juntos e apaixonados. Mas nenhum dos dois tem ideia de que um segredo os une e os obrigará a tomar uma decisão difícil, que pode mudar suas vidas para sempre. Nesta obra, Nicholas Sparks escreve com incrível intensidade sobre as difíceis reviravoltas da vida e sua incomparável doçura. Um livro sobre as imperfeições do ser humano, os erros que todos cometemos e a alegria que experimentamos quando nos permitimos amar.


Nota Pessoal:
Para mim – especialmente – é muito difícil resenhar um livro do Nicholas, porque eu sempre amo todas as suas histórias, seus cenários, seus personagens...enfim, tudo. Com ‘Uma curva na estrada’ não foi diferente. Mais uma vez o Sparks transformou o clichê em uma belíssima história de amor...e perdão.
Acho que é muito relativo de cada leitor, mas sempre – ou quase sempre – já sabemos o que esperar do autor: um casal apaixonado, que tem de enfrentar inúmeras provações, traumas e medos para superar o amor.E é isso mesmo...sempre – ou como disse, quase sempre. Porém, acho que é justamente esse o diferencial do Sparks, pegar uma história ‘comum’ e dá um toque especial, seja de sentimentalismo, suspense, tensão...
Miles está em um profundo estado de tristeza desde a morte de sua esposa. Mais ainda, porque mesmo sendo subxerife, nunca conseguiu descobrir quem a matou. Ele é quase que completamente obcecado por desvendar esse mistério e tentar, enfim, levar a vida normal de antes.
Sarah também passa por um momento difícil. Sua vida está longe de ser perfeita. Professora, ela acabara de sair de um relacionamento de uma forma um tanto conturbada, e decidi morar justamente naquela cidade.
É lá que ela conhece o encantador Jonah, um menino que parece não acompanhar muito bem a dinâmica da sala. Isso acaba por levá-la a prestar mais atenção ao garoto. O que consequentemente a leva ao pai dele: Miles Ryan.
Começa então uma história de amor...dessas meio ‘tímidas’, retraídas... Miles se vê prestes a sair do casulo que criou para si mesmo, enquanto Sarah vê nele, a chance de talvez encontrar o tão sonhado ‘felizes para sempre’.
Ok. Até aí nada parece fugir dos padrões ‘Nicholas Sparks’. Mas o livro é misterioso...cheio de suspenses – o que foge a esses padrões. O que mais gostei foi o fato do autor ter nos dado uma visão direta do ‘assassino’ da esposa do Miles.
A princípio – e isso prevalece por quase toda a história – a narrativa é feita em terceira pessoa. Mas em alguns capítulos, a narrativa muda de pessoa, passando-a para a tal pessoa misteriosa – que no caso é quem matou a Missy.
Isso foi um ponto alto da história. Acho que o autor soube mesclar romance e suspense, sem tirar o foco da verdadeira história.
Sem dúvidas os capítulos narrados pelo ‘assassino’ foram os melhores, porque até então só tínhamos o lado do Miles de toda a história, ou seja, você fica com raiva junto com ele, pelo modo que a situação impõe. E é justamente quando passamos a ver o outro lado da história – o do ‘assassino’ – que ficamos divididos. Porque mesmo sabendo que talvez não tenha sido correto o que sucedeu-se após o acidente, talvez não tenha sido como o Miles ou nós, leitores, imaginávamos.
Sempre tenho que ressaltar sobre os personagens maravilhosos que o Sparks consegue criar. Longe de serem perfeitos, acho que é isso que faz o leitor identificar-se com eles...seus traumas, medos, frustrações e limitações. A Sarah é uma mulher frágil, mas ainda assim corajosa e bondosa. Tudo que ela faz pelo Jonah é realmente incrível... consegue o que nem o próprio pai do garoto conseguiu.
O Miles, mesmo tentando bancar o durão, é um personagem que me mostrou que por mais carrasco que você tente parecer, apenas para talvez tentar impor certa autoridade...ou talvez por sua vida estar longe de ser perfeita, o amor é um sentimento que pode derrubar todas as barreiras que a vida impõe.
E o Jonah...como falar de um garoto tão inocentemente incrível?! O que achei mais incrível foi sua capacidade de encarar as coisas e de muitas vezes ser mais adulto e racional que o seu pai...e sem perder a inocência e o espírito de criança. Sem dúvidas, ele é um dos meus personagens favoritos.
‘Uma curva na estrada’ é mais que uma simples história de amor. E também é muito mais que uma história de suspense. É uma história de perdão. E vocês entenderão o porquê. Essa história me fez ficar pensando sobre o quanto nossa vida pode ser imprevisível. O quanto nosso destino pode mudar abrupta e inesperadamente.
O se isso não tivesse acontecido... Se eu tivesse feito aquilo... Se eu tentasse melhorar aquela situação... Se...Se...Se.
Toda a superação e amadurecimento de todos os personagens – e cada um, em especial – deixa a história mais real. Realmente, acho que não é nada difícil identificar-se com as histórias e personagens do Sparks.
Um livro super recomendado!!!
BOA LEITURA!!!

segunda-feira, 13 de maio de 2013

[Destaque Nacional] A Ordem Perdida - Gabriel Schmidt


Título: A Ordem Perdida
Autor: Gabriel Schmidt
Editora: Novo Século
N° de páginas: 167
Sinopse: A Liga dos Yethis traz consigo o espírito de seis jovens guerreiros que precisam encontrar a Ordem. Um pequeno artefato que não demonstra o quanto a existência da humanidade depende dele. Ável, com seus amigos, terá de enfrentar inúmeros inimigos, diversas dimensões e poderes; além da fúria dos deuses adormecidos. Acompanhe a corajosa trajetória desse grupo que promete não desistir de sua busca.


Nota Pessoal:
Avél é um garoto de treze anos, aparentemente comum. Mas foi em sua escola, que ele descobriu segredos jamais imaginados. Sua vida agora, dera um reviravolta mirabolante e ele descobre-se um jovem guerreiro de um mundo paralelo ao nosso.
Nada poderia ser pior e fantástico. Mas ele não está sozinho em meio a tantas descobertas. Angie também está nessa empreitada, mesmo não entendendo absolutamente nada. E Driátolun e Tétrada completam o time dos guerreiros iniciados.
Eles então são chamados para levarem a ‘Ordem’ ao local indicado. Só que uma problemática surge em meio à descobertas surpreendentes: a ‘Ordem’ foi misteriosamente roubada. E um grupo que se denominara ‘A Liga dos Yethis’ são os escolhidos para partirem em busca desse enigmático e poderoso objeto.

Eles fizeram um círculo e se deram as mãos. Concentrei-me neles, fechei os olhos, estiquei meus braços na direção deles... [...] – Seis jovens guerreiros, a líder das Sipas, dois mestres de Rapolla e um mestre em espadas de Genóblia. Vocês são a liga dos Yethis!” Pág: 76

Em meio aquele turbilhão de coisas, os jovens se vêem em perigosas aventuras e surpreendentes descobertas pessoais. Descobrem que na verdade são filhos de deuses entregues a casais que não podem ter filhos. Mas isso não é tudo. Como consequência, quando chegar em uma determinada idade, serão convocados para serem treinados, tornando-se guerreiros.
Eu gostei bastante do livro. Tem uma temática bastante interessante e o autor soube dar dinamicidade as cenas, com diálogos bem elaborados e cenários incríveis.
O livro é uma viagem totalmente fantástica. Acho que tem um pouco de cada livro fantástico que a maioria dos leitores amam. O melhor de tudo é ver que livros como: Nárnia, Senhor dos Anéis e Harry Potter, continuam a inspirar novas histórias, mesmo que com cenários e situações totalmente distintas. Não sei se foi o caso de ‘A Ordem Perdida’, mas pude perceber durante todo o livro que foram empregados fragmentos desses livros citados, só que de uma forma diferente e inovadora.
Em contrapartida, se teve algo que me incomodou um pouco foi o grande números de narradores, o que acabou deixando-me um pouco confuso referente a algumas coisas. Não foi algo que atrapalhou totalmente a leitura, mas acho que se o livro tivesse menos alternações de narrativa seria melhor.
Sem sombra de dúvidas o final deixa o leitor ansioso para a próxima aventura. Pois é, quando li a última página, pensei: ‘Eu preciso realmente da continuação desse livro...’. Porque foi algo tão surpreendentemente bem pensado, como um impulso para que você obrigatoriamente sinta essa necessidade de saber o que vai acontecer.
É daqueles livros que prende o leitor do começo ao fim, pois é recheado de acontecimentos inesperados e aventuras fantásticas. A narrativa é simples e detalhada – apesar da pequena quantidade de páginas. E a capa tem uma conexão direta com a história – e também é linda.
O Gabriel – autor – é somente um iniciante nessa carreira, mas não tenho dúvidas de que tem todos os atributos para tornar-se um grande escritor. Tem uma imaginação incrível, precisando apenas amadurecer algumas coisas – o que virá com o tempo.
“A Ordem Perdida” é o primeiro livro de uma série de fantasia – comemora – que eu espero acompanhar.
BOA LEITURA!!!

quarta-feira, 8 de maio de 2013

[Resenha] O Teorema Katherine - John Green

Título: O Teorema Katherine
Título original: An Abundance of Katherines
Autor: John Green
Editora: Intrínseca
N° de páginas: 302
Sinopse: Após seu mais recente e traumático pé na bunda - o décimo nono de sua ainda jovem vida, todos perpetrados por namoradas de nome Katherine - Colin Singleton resolve cair na estrada. Dirigindo o Rabecão de Satã, com seu caderninho de anotações no bolso e o melhor amigo no carona, o ex-criança prodígio, viciado em anagramas e PhD em levar o fora, descobre sua verdadeira missão: elaborar e comprovar o Teorema Fundamental da Previsibilidade das Katherines, que tornará possível antever, através da linguagem universal da matemática, o desfecho de qualquer relacionamento antes mesmo que as duas pessoas se conheçam.
Uma descoberta que vai entrar para a história, vai vingar séculos de injusta vantagem entre Terminantes e Terminados e, enfim, elevará Colin Singleton diretamente ao distinto posto de gênio da humanidade. Também, é claro, vai ajudá-lo a reconquistar sua garota. Ou, pelo menos, é isso o que ele espera.

Nota Pessoal:
“Ela falava ‘eu te amo’ como se fosse um segredo; e um dos grandes...” Pág: 9
Inteligente, divertido e espirituoso, ‘O Teorema Katherine’ é daqueles livros maravilhosamente escritos, que nos desperta um espírito aventureiro e nos faz ser logicamente despertos para a imensidão de possibilidades matemáticas de um relacionamento dar certo...e também é um livro sobre Katherines. Muitas Katherines.
É exatamente assim que Colin Singleton é: nerd, inteligente, e frustrado no campo do amor – e essa frustração atende pelo nome de Katherine. E foram dezenove até aquele momento.  Ele fora dispensado por dezenove garotas, todas chamadas Katherine, e ainda assim continuava paranoico com esse nome porque o tipo de garotas que ele gostava não tinha relação com tipo físico, cor de cabelo, tamanho, nada. O simples fato de ela ser registrada com o nome K-A-T-H-E-R-I-N-E fazia-o apaixonar-se.
“Col, a todos os lugares aonde fomos. E a todos aonde iremos. E a mim, aqui sussurrando de novo, de novo, de novo e de novo: euteamo...” Pág: 11
Mas isso só foi até a dezenove...
Porque ele estava decidido a mudar isso. Nada de Katherines – bom, é claro que ele ainda continuava apaixonado pela Katherine XIX – nada de escola – porque ele acabara de terminar o ensino médio – nada de nada. Somente uma viagem com seu melhor amigo chamado Hassan, num carro carinhosamente apelidado de Rabeção de Satã – um nome no mínimo estranho e inusitado.
Até aí tudo bem.
Só que o fato do garoto ser dispensado por 19...DEZENOVE Katherines o deixava com uma pulga atrás da orelha. Foi então que eles se alojaram em uma cidade pequena, fizeram alguns amigos, se hospedaram na casa de uma senhora chamada Hollis, conheceram a filha dela, Lindsey, e começaram a viver de acordo com as normas daquela cidadezinha de interior.
E foi então que ele teve a genial ou não ideia de criar um teorema que daria uma previsão de quanto tempo um relacionamento poderia durar; quem terminaria o namoro: o garoto ou a garota; tudo isso através de gráficos, equações e uma matemática complexa.
  Eu não conseguia ouvir mais nada no mundo além de você. E, naquele momento, estava tão frio e tão silencioso... E eu te amava tanto [...]” Pág: 139
Eu achei o livro bem...SENSACIONAL. Sei que tive que reler algumas coisas para entender bem o que estava escrito – porque tem passagens matematicamente complexas demais pra mim, um mero estudante que está longe de ser apaixonado pela matéria.
O Colin é um garoto...genial. Se você nunca teve um amigo nerd, com certeza se surpreenderá com o quanto ele pode ser irritantemente legal – como o garoto prodígio do livro. O Hassan é um personagem que eu amei/odiei – tá, confesso que eu nunca cheguei a odiá-lo. Ele é daqueles personagens fundamentais no livro, que podem parecer que só foram escritos para entulhar a história de personagens idiotas e insignificantes, quando na verdade só estão ali para mostrar que por mais idiotas e irracionais que eles sejam, ainda continuam sendo pessoas que merecem atenção, respeito e que podem ser verdadeiramente amigos.
A Lindsey é uma garota que tenta se adaptar a tudo, da melhor maneira possível. Ela não é ela, mas sim alguém que muda sua personalidade, seu jeito de falar diante de uma determinada situação. Bom, eu a achei meio chatinha no começo do livro, mas...sei lá...tudo foi tão perfeito que depois eu não conseguiria deixar de gostar dela mesmo.
E a estrutura da história é única. Tudo foi estrategicamente pensado, cada palavra foi encaixada perfeitamente, e o contexto como tudo aconteceu foi simplesmente incrível. Principalmente as Katherines – Ok, eu fiquei fascinado com toda essas história de Katherines. Porque querendo ou não, elas são personagens bem vivas – ao menos na pobre memória ferida de Colin.
Confesso que pra mim o final foi quase que surpreendentemente imprevisível. Quem leu pode dizer que já previa que aquilo fosse acontecer, mas eu simplesmente nutri minhas esperanças frustradas naquilo que eu achei que realmente deveria acontecer. Ah, isso foi outra coisa completamente fascinante no livro, o fato de mesmo não tendo o final que eu queria/esperava, o desfecho da história divertidíssima de Colin foi exatamente aquilo que deveria ser – e que mesmo eu não querendo que fosse, gostei.
“ Naquele instante, o futuro – não controlável por Teorema algum, seja matemático ou não – se descortinou para Colin: infinito, indecifrável e lindo...” Pág: 282
Prometi para mim mesmo que quando começasse a ler o livro, iria dar um jeito de me livrar da imagem que eu tinha do John Green que escreveu ‘A culpa é das estrelas’ porque:
(a)    Ele escreveu o meu livro favorito.
(b) Eu sabia que nenhum poderia ser comparado a ele.
(c)    Eu acho – na verdade, tenho certeza – de que amaria qualquer coisa que o John Green escrevesse.
Foi exatamente isso. Uma história complexamente simples sobre um garoto que queria ser reconhecido por algo extraordinário, quando ele mesmo, por si só, já era extraordinariamente especial para todos os que o rodeavam.
Achei a leitura divertidamente....deliciosa.
BOA LEITURA!!!






sexta-feira, 3 de maio de 2013

[Destaque Nacional] Amigos Inimigos - Vanessa Martinelli

Título: Amigos Inimigos
Autora: Vanessa Martinelli
Editora: Novo Século
N° de páginas: 101
Sinopse: Maria e Jack eram amigos quando crianças. Daqueles que dorme na casa e brinca das mesmas coisas. Mas eles cresceram e a idade transformou a amizade. Tomaram direções opostas. Demais até. E você? Já teve um amigo-inimigo?
Nota Pessoal:
‘Amigos Inimigos’ é um livro extremamente divertido, engraçado, leve e uma ótima pedida para quem procura uma descontração ou um momento ‘relax’.
Quando recebi o livro, a autora me disse que escreveu para sua filha, e que a história direcionava-se quase que especialmente para pré-adolescentes – 11/14 anos – pedindo-me que tentasse ler como o público alvo leria.
E foi exatamente isso que fiz; O resultado não poderia ter sido melhor. Eu ri, me diverti e ainda pude ver que a autora soube captar a essência proposta. Melhor dizendo, ela conseguiu traduzir para o papel exatamente o que todos – ou a maioria – já passou naquela fase irritante e muitas vezes frustrante que é a adolescência.
Maria é uma garota que estuda em um bom colégio, tem uma mãe que dá duro para manter a casa, e um irmão que não poderia ser mais irritante e fissurado em vídeo game – sempre tem que ter o irmão pé no saco. Apesar de ter uma boa vida, ela não poderia estar mais vidrada por ainda não ter se tornado uma mulher.
Ela não aceita a condição de ainda ser uma garota, com corpo de garota. Queria curvas, e sempre admirava uma de suas amigas por isso.
Em contrapartida, temos Jack: um dos melhores jogadores de futebol do colégio, desejado por quase todas as meninas e ainda por cima da classe de Maria. E o que mais a irritava era o fato de que eles tinham um passado.
Foi em um dia comum de aula, que eles acabaram por se encontrarem novamente – e não poderia ter sido de forma tão frustrante: na diretoria do colégio.
O encontro só serviu para trazer a memória de Maria, lembranças das coisas mais alegres e divertidas de sua infância, e em todas elas Jack estava presente. Eles eram vizinhos, e compartilhavam quando crianças uma amizade verdadeira e inocente. Mas o tempo passou, eles se afastaram. Mas por que aquele esbarrão no meio da aula, do nada trouxe de volta tantas possibilidades para que eles talvez retornarem com a amizade?! Ou algo mais...
Além dos dois, o livro é recheado de outros personagens interessantes e divertidos: temos a Morgana, rica e totalmente ‘estou nem aí pra vida’; A Patrícia, a mais bonita e ao mesmo tempo fora de sintonia com o mundo; A Camila, que é a mais estudiosa, sempre pronta para ajudar os amigos; E o Maurício, o playboyzinho, sempre tentando querer ser o melhor em tudo.
A princípio, podem pensar que é só mais um livro bobinho, mas é aí que se enganam, porque por mais que seja uma leitura descontraída, a autora conseguiu passar mensagens bem bacanas para os leitores. Mesmo que abordando os assuntos secundariamente, é impossível você não tirar ao menos uma lição do livro.
A Vanessa aborda temas como: a complexidade que é essa transação da infância para a adolescência e o que isso trará de consequência – tanto física como psicológica – para a criança; O quanto a separação violenta dos pais pode trazer de traumas para a criança e/ou adolescente que ainda não é capaz de compreender muito bem a coisa; E o valor do amor, seja ela entre a família ou os amigos. Temas estes que são considerados normais – por isso são quase sempre deixados de lado – mas que é de extrema importância para quem realmente está vivenciando.
O livro é bem pequeno e tem uma narrativa – sob o ponto de vista de Maria – bem adolescente e instigante. Tem uma temática clichê, mas acho que isso só reforça a minha teoria de que os livros aparentemente clichês são os que mais me surpreendem, por de alguma forma sempre se apresentarem interativos, dinâmicos e com algum diferencial – claro, que não estou generalizando.
Não recomendo o livro somente para o público alvo, mas para todos aqueles que estiverem afim de uma leitura rápida, engraçada, leve e divertida. ‘Amigos Inimigos’ traduz com perfeição uma das fases mais temidas e um tanto quanto rebeldes das pessoas: a adolescência.
BOA LEITURA!!!