segunda-feira, 5 de maio de 2014

[Resenha] Uma Carta de Amor - Nicholas Sparks

Título: Uma Carta de Amor.
Título original: Message in a Bottle.
Autor: Nicholas Sparks.
Editora: Arqueiro
Nº de páginas: 288.
Sinopse: Há três anos, a colunista Theresa Osborne se divorciou do marido após ter sido traída por ele. Desde então, não acredita no amor e não se envolveu seriamente com ninguém. Convencida pela chefe de que precisa de um tempo para si, resolve passar férias em Cape Cod. Durante a semana de folga, depois de terminar sua corrida matinal na praia, Theresa encontra uma garrafa arrolhada com uma folha de papel enrolada dentro.
Ao abri-la, descobre uma mensagem que começa assim: “Minha adorada Catherine, sinto a sua falta, querida, como sempre, mas hoje está sendo especialmente difícil porque o oceano tem cantado para mim, e a canção é a da nossa vida juntos.”
Comovida pelo texto apaixonado, Theresa decide encontrar seu misterioso autor, que assina apenas “Garrett”. Após uma incansável busca, durante a qual descobre novas cartas que mexem cada vez mais com seus sentimentos, Theresa vai procurá-lo em uma cidade litorânea da Carolina do Norte. Quando o conhece, ela descobre que há três anos Garrett chora por seu amor perdido, mas também percebe que ele pode estar pronto para se entregar a uma nova história. E, para sua própria surpresa, ela também.

Unidos pelo acaso, Theresa e Garrett estão prestes a viver uma história comovente que reflete nossa profunda esperança de encontrar alguém e sermos felizes para sempre.

Nota Pessoal:

De novo eu venho falar de uma obra de um dos meus autores favoritos. Acho até que sempre acabo sendo redundante – não pelas obras serem iguais, mas por falta de adjetivos bons que a definam. Pois é, de novo o Nicholas Sparks tomou meu coração entre as mãos – usando uma super metáfora – e me fez acreditar no amor puro e verdadeiro, proveniente das dificuldades que a vida impõe. Neste caso não temos um ‘amorzinho perfeito’ de um casal jovem; agora o Sparks pegou duas pessoas maduras, que já tiveram antigos amores, e desenvolveu a história a partir daí: dessa ideia de que por mais difícil que seja recomeçar uma vida (depois que você já tem filhos e de ter passado pela experiência do casamento), é sempre possível.

O primeiro ponto é que os protagonistas são pessoas maduras e não se conheciam – eles não tiveram um passado juntos, ou seja, não resgataram nenhum amor perdido, tiveram que construir a partir do momento em que se conheceram. O segundo é que temos dois extremos aí: enquanto a Theeresa, apesar de aparentemente bem resolvida e com um filho, saiu de um casamento complicado, que já perdera a essência do amor há muito tempo, o Garrett é um homem apaixonado; apaixonado por sua esposa que morreu. Então temos aí dois corações partidos das maneiras mais distintas possíveis. E quando dois corações partidos se encontram o que acontece? Bem, você pode me dizer que nada, mas o ‘nada’ nas mãos de um autor como Nicholas Sparks pode se transformar numa história de amor que ultrapassa o limite do ‘temporal’ e consegue transformar em palavras, sentimentos. É, Uma Carta de Amor traz todo o tradicionalismo romântico inerente do autor.

Theresa é uma jornalista, tem um filho e saiu de um casamento fracassado. Apesar disso, sua vida parece manter um ritmo constante e sem grandes motivações. Ela vivia para o trabalho e o filho. Até que num fim de semana na casa de uma amiga, correndo na praia, ela encontra uma garrafa. Uma garrafa com uma mensagem dentro. Na carta, as palavras doces, sinceras e carregadas de saudades de um homem de nome Garrett aquecem o coração de Theresa e a desperta para um sentimento novo – não, não era amor; ela só queria saber quem era esse tal Garrett, esse homem que conseguia amar profundamente e imensamente uma mulher chamada Catherine.

É depois que a editora do jornal que ela trabalhava resolve publicar a carta na sua coluna, que as coisas começam a mudar. Theresa se descobre em meio a centenas de correspondências de pessoas que se sentiram tocadas por aquelas palavras. E em meio a ligações e agradecimentos é que surgem outras cartas. Cartas espalhadas por aí, levadas pela correnteza e que caíram nas mãos de diferentes pessoas. Todas elas com o mesmo romantismo e escritas pelo mesmo homem: Garrett.

Movida pelo sentimento de querer conhecê-lo, Theresa começa a buscar pistas sobre o tal homem. E com a ajuda da chefe e amiga, ela consegue enfim encontra-lo. Só que o encontro revelaria mais surpresas do que ela poderia esperar.

Ao encontrar Garrett, Theresa soube instantaneamente que ele era alguém capaz de amar. Capaz de amar tão incondicionalmente a ponto de mesmo após a morte da esposa, escrever cartas para ela e jogá-las ao mar, como uma prece ou um agradecimento, porque o mar era o lugar favorito dos dois.

É quando eles começam a se relacionam. A princípio de uma maneira quase que inocente, sem pretensões futuras, passando pela fase do próprio amadurecimento e das complicações provenientes de um amor que pretende quebrar não só a barreira física da distância, como a barreira emocional do coração despedaçado – principalmente o Garrett.

“– Gosto, sim. Gosto tanto que isso me assusta. Faz tanto tempo que não me sinto assim que quase esqueci como outra pessoa podia ser importante para mim. Acho que não seria capaz de deixar você ir e esquecê-la, e nem quero fazer isso. [...] Vamos tentar fazer dar certo.” Pág.: 155

Nas minhas resenhas do autor sempre digo o quanto ele consegue desenvolver um amor que parece palpável e que para muitos parece ‘irreal’ e impossível. É sempre complicado falar sobre um livro do Nicholas porque eu quase nunca consigo ser imparcial. Toda vez que eu abro um livro escrito por ele é como se acontecesse um reconhecimento, e quase nunca eu me decepciono. Porque sim, eu acho que os dramas escritos pelo autor são reais, e as dificuldades também. A diferença é que na vida real, às vezes, as pessoas desistem. E na maioria das obras do Nicholas os personagens são talhados para lutar contra tudo e todos em nome do amor – e eu sei que isso pode ser utópico demais, mas ainda assim consegue ser incrível. Decerto que esse ‘amor’ descrito nas obras sempre – ou quase – está fadado à tragédia, porém o Sparks consegue fazer isso sem danificar a significância do que os seus personagens viveram. Da história de amor deles.

No caso de Uma Carta de Amor – que é importante ressaltar ser um relançamento aqui no Brasil pela Editora Arqueiro, e ser um dos primeiros lançamentos do autor – encontramos exatamente um desses amores como tantos outros. Nicholas Sparks introduziu bem, sem nos apresentar logo de cara o Garrett real – porque a princípio só o conhecemos através das cartas -; desenvolveu a história de uma forma leve e descontraída, sem grandes dramas e superficialidade; e terminou de uma forma tão primorosa e singela, que foi impossível não deixar que as lágrimas viessem.

Theresa e Garrett aprendem a amar de novo. Amadurecem e se ajudam. Esse companheirismo diferencia o relacionamento. O faz parecer forte, apesar das dificuldades. Entra aqui o tipo de relacionamento que o Garrett conseguiu construir com o filho da Theresa – que foi tão natural quanto possível.

Por fim, acho que mesmo redundante, eu tenho que afirmar que o livro é belo e me fez ter ainda mais certeza do quanto às histórias do Nicholas conseguem ser: belas e tristes, profundas e leves; conseguem me levar do sorriso às lágrimas e me faz acreditar no amor. No amor que quebra as barreiras e no amor que não é perfeito. No amor que pode ou não dar certo. No amor que mesmo não tendo um final feliz, foi bom porque valeu enquanto durou. No amor que não é ‘definível’ e predeterminado, mas construído.
E ah, no amor que vai além do amor entre homem e mulher, entre namorados, noivos. No amor além do casamento; no amor que é um sentimento cheio de limitações.

Acho que sempre vou amar tudo que o Sparks escreve. E mesmo que não, vou tentar acreditar que sim só porque ele tem o raro dom de contar incríveis histórias de amor.

Boa Leitura!

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2 comentários:

  1. Não tenho muito interesse nos livros do Sparks justamente por não ter tido boas experiências com o autor. Acho os romances dele muito melosos e etc, não leria.
    Mas a capa desse novo ficou linda <3

    memorias-de-leitura.blogspot.com

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  2. Oi, querido! Tudo bom?
    Queria muito ser mais apegada aos livros do Sparks, confesso que não li nenhum até o momento e a vontade em nenhum momento chegou em mim. Leio muitas resenhas, todas positivas, todos amando e dizendo que os livros são recheados de romances e momentos intensos, mas por algum motivo, algo não me prende a ele. Ainda pretendo um dia estar disposta a ler algum livro e espero ainda mais que minha opinião não mude, aposto que são histórias maravilhosas, mas talvez não sejam para mim no momento. Linda resenha, parabéns!

    Beijinhos,
    Percepções Blog | Grupo: Mais um livro, Por favor!

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