sexta-feira, 20 de setembro de 2013

[Resenha] O Visconde Que Me Amava - Julia Quinn


Título: O Visconde que me amava.

Título original: The Viscount Who Loved Me.

Autora: Julia Quinn.

Editora: Arqueiro.

Nº de páginas: 304.

Sinopse: A temporada de bailes e festas de 1814 acaba de começar em Londres. Como de costume, as mães ambiciosas já estão ávidas por encontrar um marido adequado para suas filhas. Ao que tudo indica, o solteiro mais cobiçado do ano será Anthony Bridgerton, um visconde charmoso, elegante e muito rico que, contrariando as probabilidades, resolve dar um basta na rotina de libertino e arranjar uma noiva.
Logo ele decide que Edwina Sheffield, a debutante mais linda da estação, é a candidata ideal. Mas, para levá-la ao altar, primeiro terá que convencer Kate, a irmã mais velha da jovem, de que merece se casar com ela.
Não será uma tarefa fácil, porque Kate não acredita que ex-libertinos possam se transformar em bons maridos e não deixará Edwina cair nas garras dele.
Enquanto faz de tudo para afastá-lo da irmã, Kate descobre que o visconde devasso é também um homem honesto e gentil. Ao mesmo tempo, Anthony começa a sonhar com ela, apesar de achá-la a criatura mais intrometida e irritante que já pisou nos salões de Londres. Aos poucos, os dois percebem que essa centelha de desejo pode ser mais do que uma simples atração.
Considerada a Jane Austen contemporânea, Julia Quinn mantém, neste segundo livro da série Os Bridgertons, o senso de humor e a capacidade de despertar emoções que lhe permitem construir personagens carismáticos e histórias inesquecíveis.



Nota Pessoal:

No volume 2 da série Os Bridgertons, Julia Quinn nos apresenta a história do visconde Anthony, o mais velho da família, que se obrigou a assumir o papel de patriarca quando seu pai morreu, deixando a mãe com oito filhos. A história desse homem taxado como libertino pela sociedade e pela famosa fofoqueira Lady Whistledown, é, sem dúvidas... Encantadora. Ele traz traumas que nem mesmo sua família é capaz de perceber: além de carregar o peso de ter que assumir um papel tão importante quando muito jovem – seu pai morreu quando ele tinha 18 anos – ele se acha incapaz de superar aquele que foi seu maior exemplo de homem justo e íntegro – seja no compromisso, na lealdade ou até mesmo na idade.

Esse é o pontapé para a autora desenvolver uma história belíssima de amor e superação; com passagens marcantes e personagens fortes, Julia Quinn parece ter encontrado a fórmula do ‘os opostos se atraem’ criando e repetindo nesse segundo volume, os ingredientes que fazem seus personagens reais e significativos – e embora, eu tenha gostado mais do primeiro volume, (O Duque e Eu, resenha aqui), O Visconde que me amava, também traduz de forma singular essa sociedade inglesa do século XIX, e a familiar atmosfera dessa família maravilhosa – não tem como não admirá-los.


Kate está longe de ter uma vida perfeita. A dama inglesa vive com a madrasta – que não é má – e com a meia-irmã, e diferentemente de algumas jovens com dotes altíssimos, a jovem tem que arrumar um marido o mais rápido possível. Com uma idade considerada avançada para ser solteira, Kate não debutou no tempo certo e agora aproveita a deixa da irmã Edwina, para arrumar um homem que a queira.

Mas ela só queria um bom marido, viver numa casinha no campo e nada mais que isso. A madrasta – que a criou desde pequena e a considera uma filha – quer a todo custo casá-la, assim como a Edwina. Elas partem para Londres na temporada de bailes de 1814.
É lá, em meio a bailes luxuosos e vestidos pomposos, onde mães procuram desesperadamente por casamentos solícitos e proveitosos, que Kate esbarra no libertino Anthony Bridgerton. 

O homem que nunca teve planos de casar, parece assustar a sociedade – e repetindo, a amada fofoqueira Lady Whistledown – quando de repente, resolve subir ao altar. Mas existem planos por trás disso; o homem não quer se apaixonar; ele só quer uma mulher que satisfaça seus desejos, dando-lhe filhos; uma companheira, uma amiga, mas não uma mulher que ele viesse a amar. E o gatilho do libertino sedutor é apontado para Edwinna. 

O problema?! Todos os pretendentes de Edwina deveriam passar na inspeção de Kate. E definitivamente, Anthony não preenche os requisitos para namorar a dama. A faísca é acesa quando o sedutor Bridgerton é desafiado a agradar Kate, que o considera o pior dos homens para se firmar casamento.
Ele não consegue entender o porquê, Kate, diferentemente de todas as outras, não cai em suas garras; ela não acredita que existam ex-libertinos; ele se vê obrigado a fazê-la aceita-lo como cunhado; ela sabe que nunca deixará de considera-lo incapaz de se casar com sua irmã.

Então, como se conspiração do destino, os dois acabam apaixonando-se. Sem perceber, sem querer acreditar, ambos são sempre postos em situações embaraçosas, mesmo o orgulho masculino de Anthony indo de encontro à fibra e determinação de Kate. Um acontecimento inesperado acaba por mudar o rumo da história pretendida por Anthony; e Kate vê sua vida ficar de cabeça para baixo quando percebe que seu papel nessa história era mais marcante do que ela pensara.

Sabendo que amaria, comecei a ler o livro com expectativas altas; e mesmo não sendo tão bom quanto o primeiro da série, O Visconde que me amava, é um livro maravilhoso. Os personagens, os diálogos, os cenários – quem não queria passar uma semana naquela casa de campo da família que atire a primeira pedra – e as histórias paralelas e secundárias da família Bridgerton que se mesclam no romance, tornam o livro um verdadeiro clássico amoroso contemporâneo – não é a toa que a autora é considerada a nossa Jane Austen contemporânea.

Kate é o clássico exemplo de mulher que não quer saber do que ditam para ela. Mesmo mantendo a formalidade necessária para uma dama, Kate não baixa a cabeça para o que vai de encontro a suas convicções, e faz aquilo que tem de ser feito segundo o que acredita – bem, decerto que às vezes, ser flexível é uma qualidade e tanto.  

Já o tão conhecido Anthony – que nos é apresentado em O Duque e Eu – reafirma a definição que o leitor cria no primeiro livro: integridade, compromisso e cavalheirismo são características típicas do personagem. Sua personalidade marcante, sua inteligência aguçada e seu senso de humor, fazem dele o homem que toda moça da época quisesse.

Sempre tenho que falar – particularmente – dos diálogos incomparáveis criados pela autora. As frases formuladas por seus personagens tem uma graça por si só, e inúmeras vezes eu me peguei repetindo-as em voz alta, dando a tonicidade que os personagens deram e rindo de como tudo soava muito bom. É uma característica que eu admiro demais na Julia Quinn.

A família Bridgerton continua engraçadíssima e unida. É um diferencial da sociedade retratada nos livros. É impossível não querer conviver – nem que por pouco tempo – na casa deles – é sempre deprimente ter que deixa-los ao final dos livros. Eles são cativantes.
As cenas cômicas permeiam boa parte do livro. Por serem personagens contrastantes – no nível máximo – Anthony e Kate, regulamente se veem em situações engraçadas, que despertam a curiosidade do leitor e o levam a dar boas risadas.

Tudo é muito bom e não consigo ver nenhum ponto que me decepcionou na leitura. Tudo bem que às vezes parece absurdo aquela fixação que o Anthony apresenta por algumas coisas absurdas, mas no final das contas ele sempre consegue te fazem gostar dele... Até o mais crítico leitor relevará algumas idiotices do visconde – se não, desculpem, eu relevei.

O fim é clássico e a autora ainda nos apresenta sua própria visão da história – em pouco mais de uma página – no fim do livro. Agora só me resta esperar pelo 3º - Um perfeito Cavalheiro – para voltar a doce e amigável companhia da família Bridgerton.

Boa Leitura!

P.S.: A garota da capa do livro não é Kate – e isso é realmente estranho, já que é ela a ‘mocinha’ da história – mas Edwina. Não entendi o porquê da editora ter optado por coloca-la na capa.

P.P.S.: Eu espero – sinceramente – que a autora nos revele quem é a tal Lady Whistledown. Ela é a melhor das melhores jornalistas/redatoras/autoras que eu já conheci. Suas críticas aguçadas e inteligentes no começo de cada capítulo, dão um ar diferencial aos livros e não tenho dúvidas, cativam os leitores e os fazem querer conhece-la. Portanto, sim, quero saber sua identidade secreta!


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3 comentários:

  1. Oi Ronaldo, tudo bom?
    Primeiramente quero agradecer pelo comentário lá no blog, chorei de emoção hahaha'
    Então, eu li "O Duque e eu" e amei, espero que "O Visconde que me amava" seja tão bom quanto - apesar dos nomes serem super bregas né? hahahaha.
    Com relação a capa do livro, você abriu um questionamento muito interessante, porque a editora optou colocar a Edwina? D: será que rola um e-mail perguntando?
    Fico impressionada com a tua capacidade de escrever tão bem, parabéns. Nem percebo o tempo enquanto leio a resenha.

    Beijos,
    paixaoliteraria.com

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  2. Já li todos os livros e O Visconde que me Amava está no topo dos meus favoritos! Você realmente falou tudo: os Bridgerton's são incrivelmente cativantes e os diálogos são maravilhosos! E só digo uma coisa sobre Lady W: VOCÊ VAI SE SURPREENDER! Pelo menos eu não esperava que fosse quem é, no entanto foi brilhante! hahah amei sua resenha de qualquer maneira. Abraço!

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  3. Olha encontrei o Duque e eu por acaso acabei de comprar o Visconde que me amava.Quero saber quem é a Lady Whistledown eu desconfio que possa ser a Hyacinth a conversa dela com Simon Basset me deixou intrigada.
    Adorei a rezenha eu adoro Orgulho e Preconceito da Jane Austen realmente os romances da Julia são tão envolventes quantos o da saudosa Jane mas a Julia me fez rir muito mas com o trio parada dura Anthony,Benedict e Colin.

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