Título: O
Menino da Mala.
Título original: Drengen I Kufferten.
Autoras: Lene
Kaaberbøl e Agnete Friis.
Editora: Arqueiro.
Nº de páginas: 256.
Sinopse: “Você
adora salvar as pessoas, não é? Bem, aqui está a sua chance.” Mesmo sem
entender o que sua amiga Karin quer dizer com isso, Nina atende seu pedido e
vai até a estação ferroviária de Copenhague buscar uma mala no guarda-volumes.
Dentro, encontra um menino de 3 anos nu e dopado, mas vivo.
Chocada, Nina mal tem tempo de pensar no que fazer, pois um brutamontes
furioso aparece atrás do garoto. Será que ela está diante de um caso de tráfico
de crianças? Sem saber se deve confiar na polícia, ela foge com o menino e vai
à procura de Karin, a única que pode esclarecer aquele absurdo.
Quando descobre que a amiga foi brutalmente assassinada, Nina se dá
conta de que sua vida está ameaçada e que o garoto também precisa ser salvo.
Mas, para isso, é necessário descobrir quem ele é, de onde veio e por que está
sendo caçado.
Neste primeiro livro da série da enfermeira Nina Borg, vendido para 27
países, as autoras Lene Kaaberbøl e Agnete Friis apresentam uma heroína que
luta contra seus demônios e busca fazer justiça em meio à crueldade e à
indiferença do mundo.
Nota
Pessoal:
A princípio, O Menino da Mala
se apresenta como um livro totalmente misterioso e viciante. A premissa é muito
boa e o pano de fundo instiga o leitor logo de cara. Várias histórias paralelas
que acabam ligando-se em um ponto comum: o menino da mala. O inesperado é o
dono da situação e em meio a cenários intrigantes e passagens dinâmicas, me
peguei embarcando nessa aventura para salvar a vida de um garoto.
Depois de uma ligação inesperada de sua amiga Karin, Nina Borg vai até
uma estação para pegar uma mala. E, apesar de misterioso, tudo não parecia
estar totalmente ‘ruim’. Até Nina descobrir que ali dentro havia um garoto. Um
garoto que mudaria para sempre sua vida e abalaria a estrutura, já gasta, do
seu casamento.
Paralelo a isso temos Sigita. Uma mãe dedicada que tinha como base de vida
seu filho, o pequeno Mikas. E algo inesperado acaba de acontecer na vida
dessa mãe e dessa criança. Uma busca desenfreada por respostas... Uma busca que
pode trazer fantasmas já esquecidos do passado.
Jan é um homem rico e divide uma vida quase perfeita com sua esposa
Anne e o filho adotivo. Quase perfeita porque seu filho está com uma doença
grave. E precisa mais do que nunca de algum doador compatível; sua única saída?
Talvez encontrar a família biológica do garoto... Nem que isso exigisse abrir
mão de valores morais e financeiros.
Jucas é um homem que sonha em ter uma vida completa e feliz ao lado de
sua então namorada Barbara. Sonhador, o homem parece disposto a qualquer coisa
para satisfazer os sonhos da jovem – e os seus próprios. Se isso o obrigasse a
fazer escolhas nem de longe boas para outras pessoas, ele faria?! Até onde ele
iria...?
Eu me senti levado por essas histórias paralelas e todas aparentemente
‘secundárias’ que as autoras propõem nos primeiros capítulos do livro. Vamos
conhecendo cada um dos personagens separadamente... Suas vidas antes do tal
menino da mala ser inserido como foco principal da história. Tudo é muito
dinâmico e atiça a curiosidade do leitor. E foi nessa ‘onda’ de mistério que eu
pude perceber o quanto a verdadeira história de O Menino da Mala é não somente intrigante, como emocionante.
A trajetória traçada pelos personagens faz o leitor manter uma relação
de amor e ódio e tomar um posicionamento na história. Eu fiquei tão tocado pela
aflição de Sigita em encontrar o filho! E o pior – ou melhor – de tudo é que
você sabe de ‘tudo’. As autoras não poupam o mistério do menino para o fim do
livro, logo você já fica sabendo os mistérios que parecem ser o foco principal.
À medida que as histórias vão se desenrolando, nós temos a visão de tudo que
está acontecendo com todos os personagens – que, repetindo, ‘aparentemente’ e
no começo da história parecia não ter nada em comum.
Falando da personagem ‘principal’ – e coloca aspas porque ela nem de
longe pode ser considerada uma detetive ou coisa do tipo – Nina Borg é quase
uma coadjuvante na história. Após a leitura, vi alguns comentários por aí que
diziam que a personagem era totalmente sem graça. E não posso deixar de
concordar. Confesso que fiquei entusiasmado para conhecê-la, sentir a emoção de
correr contra o tempo para salvar uma vida. Ao contrário do que esperei, ela
realmente não cativa o leitor – e por vezes me irritou. Embora eu ainda espere
que suas próximas histórias tenham uma maior participação sua, neste livro ela
não faz por merecer o título de ‘dona de uma série’.
O que mais me surpreendeu no livro foi o fato de achar que já sabia de
tudo e a certeza de saber o rumo que a história tomaria. Um engano dos maiores,
quando se descobre a válvula que levou ao sequestro do garoto e que importância
ele teria no desencadeamento dos acontecimentos. Foi algo que me fez fechar o
livro e pensar: Eu não posso ter lido
isso! – bem, talvez quando ler, você pode achar que estou exagerando, mas
foi exatamente assim que me senti quando li.
Os capítulos são narrados em 3ª pessoa e relativamente pequenos,
intercalando as partes dos personagens já citados. Acho que isso ajudou na
dinamicidade do livro. As autoras abrem o leque e mostram que nem todos são
inteiramente bons ou maus. Que a corda ‘quase’ sempre acaba arrebentando no
lado mais fraco.
É um romance policial que traz um mistério muito bom, com cenas
marcantes e diálogos interessantes. O único ponto negativo é que a história não
atinge um clímax desejável – não para mim. Tudo se encaixou perfeitamente, mas
eu realmente esperei que a última peça do quebra-cabeça do livro fosse
posta no seu devido lugar. E não foi. Ao fim, as autoras já dão o pontapé da próxima história
e eu fiquei me perguntando quais seriam as consequências finais desta.
Continuarei a ler a série... Embora continue sem acreditar muito na Nina
Borg, acho que o brilho das próximas histórias criadas por Lene Kaaberbøl e
Agnete Friis, não vão estar nela, mas na narração de aventuras que assim como O Menino da Mala, me deixarão surpreso, intrigado e com a certeza de que elas são grandes nomes da literatura policial.
Boa Leitura!
agora fiquei curiosa pra ler *-*
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