[Destaque Nacional] Cores de Outono - Keila Gon

Título: Cores de Outono

Autora: Keila Gon

Editora: Novo Século

Nº de páginas: 440

Sinopse: O inesperado, o impossível, o destino... Quem ama escolhe seus caminhos, vence o medo, ultrapassa a razão, duela com a dúvida entre o certo e o fácil para seguir seu coração. Melissa encontrou em um olhar as revelações de toda uma vida e longe da lógica escolheu o caminho confuso, mas surpreendente do amor. Ela chegou à pequena cidade da montanha com a responsabilidade de cuidar de Alice, sua irmã caçula, esperando uma vida simples. Mas se viu envolvida por Vincent, um estranho arrogante, dono de irresistíveis olhos turquesa que vai levá-la através da sombra e da luz para revelar surpresas inimagináveis de um Mundo Mágico perigoso e fascinante. A cada encontro este homem misterioso amedronta e encanta; desperta sentimentos e a faz duvidar de sua coragem. Mas, antes que Melissa seja arrebatada por esse amor, ela precisa enfrentar elfos, magos e intrigas em um mundo inóspito que testará seu coração. Cores, de outono é o primeiro volume de uma saga mágica que vai instigar emoções e paixões.

Nota Pessoal:

“Hoje escolhi o amor de Vincent, mesmo sabendo do seu lado sombrio, de todas as complicações... e de como seu mundo pode ser perigoso para alguém comum, como eu.” Pág: 346

‘Cores de Outono’ foi uma leitura que me surpreendeu muito, não sei se pelo fato do livro carregar todo um ar de mistério – explícito na sinopse – ou se por eu ler sem muitas expectativas. O livro revelou-se uma bela obra nacional, com uma história que cativa o leitor desde a primeira página, com uma narrativa fluída, misteriosa e intrigante.

Melissa acabou de se mudar com a irmã para uma pequena cidade, para morar com o avô, após perder os pais. A jovem abdicou de sua vida na cidade grande para tentar ser uma mãe para a pequena Alice, dando toda a atenção e carinho, mesmo que isso implicasse necessariamente em ela abandonar todas as suas expectativas e metas de um futuro: agora, tudo o que ela queria era fazer as pessoas que ela ama feliz.

Na pequena cidade, a vida pacata acaba trazendo antigas lembranças a Mel; ela encontra um amigo de infância, vizinhos que fizeram parte de sua vida no passado, e as lendas que permeavam a montanha parecem estar mais vivas do que nunca.

Um jovem enigmático e temido por toda a vida acaba cruzando o caminho de Mel. A garota que parece atrair problemas fica intrigada por sempre que sua vida está em perigo, ele estar por perto. Um envolvimento misterioso e perigoso.

Mas o que era problema para toda a cidade, não foi para Mel. Contrariando a regra de não se envolver com o misterioso jovem – conhecido por senhor Dippel -  ela quer saber respostas que a deixam com a pulga atrás da orelha. E vai até o fim, embora por vezes o medo tenha sido maior que a curiosidade. Aqueles olhos tão sedutores e tentadores.

Mel acaba descobrindo coisas que jamais imaginou que existissem, e seu mundo parece desabar sobre si. Quando ela imaginaria que aquelas histórias fantásticas, contadas por sua irmã, de que ela conversava com animais, era verdade? Como em um mundo real – no mundo real dela – era possível que existissem seres como magos e elfos?

O que ela não sabe é que por trás daquele homem e de sua família, segredos e mistérios do seu próprio passado fossem vir à tona, trazendo consequências que ela nunca possibilitou quando se mudou para a pacata cidade.

Enquanto tem que lutar contra algo que ia de encontro a sua realidade, Mel tem que contornar as perguntas do avô/pai, George, ajudar sua irmã a entender sua vida e seu destino, ser alvo de olhares repreendedores dos moradores – por não achar Vincent uma boa companhia – e ficar divida entre a linha tênue que separa a amizade de Arthur, e seu amor platônico.

“ Nesse momento meu maior desejo era poder congelar o tempo para tê-lo em meus braços e percebi que me afastar dele seria algo mortalmente doloroso... como arrancar meu coração com as mãos.” Pág: 282

‘Cores de Outono’ tem uma história interessante e a narrativa da Keila é impecavelmente incrível. O leitor é envolvido pela aura de suspense que está presente em cada página, e absolvido por aquele cenário encantador no qual a história se passa. Aquela pequenina cidade é o cenário perfeito para o que o livro propõe: as lendas misteriosas, o clima intimidante dos vizinhos e os bosques não tão tranquilos, mas misteriosos, que sem dúvidas, toda criança adoraria explorar – no passado, a própria Mel, e agora no presente sua irmã, Alice.

Foi impossível não encontrar semelhanças com ‘Crepúsculo’. Não, não estou dizendo que a história é parecida, longe disso, mas, superficialmente, tem elementos da saga vampiresca: a garota que atrai problemas, o cara enigmático, sombrio e extremamente atraente, a cidade pequena. Porém, para por aí. Mel está longe de ser a desastrada e deprimida Bella, e, embora a personalidade de Vincent possa ser comparada a de Edward, cada um é  tem seu próprio jeito e sua própria maneira de se portar. São dois enredos que ‘superficialmente’ são parecidos, mas com histórias totalmente distintas.

Foi impossível não gostar de todos os personagens; Alice é uma menininha encantadora; sua inocência e sabedoria me fizeram acreditar, que por vezes, ela tinha mais coisas a ensinar a irmã, do que o inverso. Vincent é o típico galã de romances adolescentes, tem um passado, é extremamente atraente e sombrio e tem os olhos que faz com que todas as garotas se derretam.

George, apesar de por vezes não conseguir enxergar o que estava à frente, é um homem honroso e que lá no fundo só queria o bem para as netas – o paizão mesmo. A família de Vincent é um espetáculo à parte na história: mesmo não sendo todos parentes, se tratam com companheirismo e fidelidade e compõe papel fundamental para entendermos ‘aquela’ realidade. E Mel... bem, ela é uma personagem legal. Mesmo você tendo vontade de mata-la ou entrar no livro e mostrar para ela o que a própria não queria enxergar, ela consegue te cativar por ter um gosto aguçado por leitura – como não amar uma protagonista que é fã de José de Alencar?.

A autora tem um jeito todo particular de escrever. Com sentimentos, emoções e doses de drama e tensão nos momentos certos; ah, e como a Keila sabe escrever frases bonitas. Caracterizar seus personagens com traços tão marcantes a ponto de mesmo você não concordar, achar legal o modo como cada um é... Isso a autora faz incrivelmente bem.

Tenho certeza de que ‘Sombras da Primavera’ – próximo volume da série – trará uma história mais intrigante que ‘Cores de Outono’; A autora sabe conduzir o leitor, prendê-lo e fazê-lo ansiar pelo próximo acontecimento. E espero que ela explore mais algumas coisas; o enredo é rico e a proposta de história é muito bacana. Mesmo achando que a Keila se prendeu a coisas desnecessárias nesse primeiro volume, acho também, que o próximo livro vem carregado de mais mistérios e dramas.

Não vejo a hora de descobrir o que se esconde nas ‘Sombras da Primavera’.

Boa Leitura!